quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

-



fonte descascada e seca
atravessa
travessia
pondera
cruza
pula
se mata.

-



quero e desquero fazer como...
vermelho.
tento e destento não pensar...
vermelho
esmaeço o pensamento em branco
e não consigo um jardim de rosas
margaridas amarelas vejo ao longe
antes de um buraco largo cheio de musgo
escorregadio
penso e despenso...
vermelho.
ouso e desouso intentar
dobro-me de acordo com o compasso do passo
ritmo variado das linhas dos longos caules
verdes.
margaridas via ao longe.
estão mortas.
todas
corre!
vejo sangue.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

-


indefinido
é tudo tão impreciso
incerto
nebuloso
é como farinha entre os dedos
areia que venta
volta.
onda.
pegada se desfaz
mar.
tão, mas tão impreciso.
tudo podia ser mais fácil.
tátil.
o destino podia ser mais hábil!
intuição falida.
cinza.
cinza.
linha reta.
curva.
onde está a chegada?

A ORDINÁRIA em 2011


Deixa o sangue escorrer! - Grupo Teatro Empório -

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Só isso.

Estrada


Voltas e mais voltas reta contínua duas faixas mão dupla seta seta pisca alerta corre freia conversa.
Curva corpo entorta desce sobe avança brusca freia alavanca primeira segunta terceira chega volta mesma coisa tudo igual volta é isso a vida?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


pra cima
hã?
abaixo e olho por cima do ombro esquerdo
tento pensar em como seria tudo se eu tivesse
meta
objeto a ser perseguido
qual é o plano?
hã?
folheio páginas amarelas
vermelhas
azuis
brancas pautadas
só vejo inferno
luto.
só vejo caminhões
de areia
sem placa.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quando você vai
só fica a ausência
surpresa
apoteose
paetês e brilho
memória,
não, não há risco
ultrapassagem
mas
dúvida
não.
nego. não nego
sim
não nego
sopro respiro ofego repito despero grito sofro ungido perdido...
sintoma
não nego

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Está tudo tão...
calmo?
Tenho certeza de que...
confusão será agora
antes tarde do que nunca
penso.
minhas unhas tremem
é delicado
um relicário se abrirá
é tão...
estranho?
platônico
mania de viver o que não acontece
desfibrilo um fato que não é
ou, será?
espero?
sorrio?
fico sério?
conto as palavras para parecer inteligente?
faço charme com a boca?
só escuto?
é tão...
subjetivo?
não mastigo?
não penteio o cabelo?
falo baixo?
apuro o paladar?
acuso?
é tão...
bonito!
será?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Está tudo certo
os carros andam
ainda há sol
a lua aparece
a maré sobe, desce
as mentiras são contadas o tempo todo
a métrica é morta
por mim
cada centímetro gota de saliva é jogada fora
para o ralo.
os sabores são sentidos
a brisa bate no cabelo da jovem senhora
alguém morre atropelado
os parques de diversões provocam gritos e risadas
vômitos são disparados
casamentos feitos e desfeitos
a agonia dos transplantes são mantidas
as esperas em filas
os lucros dos bancos
a revolta dos países colonizados
a memória de bandidos são preservadas
a corruptibilidade continua moeda
tudo invariavelmente não muda
sempre parte das três cores primárias.
Mantendo o preto e o branco como valores
sempre
via de regra
ventania dentro do meu corpo ecoa dá voltas mas não vaza nada deste receptáculo incólume fecho todas minhas ânsias e desejos numa agonia profunda que requer sanidade para manter me vivo a poesia execreda de meus pés e as cores vivas que saem da minha boca colorem a profundeza que meus olhos não podem mais enxergar a doença me toma por todas as partes o ódio transtorna meu paladar que só sente o gosto férrido do sangue que escorre pelo queixo até tocar a barriga quando fico na horizontal onde olho por meio das paredes respingadas o que realmentente não fiz tudo se esvai diante da vontade plácida de rever o que exatamente eu não tive coragem de realizar e se me permito ao erro persigo não obstante da reação e descubro que mesmo que possa fazer qualquer coisa mesmo que o destino me deixe prostrado em relação ao futuro entendo finalmente que só me fodo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Hoje eu choro por dentro
é seco
choro sem parar
penso que
não tem jeito
não sei
não sei
eu só tento
acordo e sei que respiro
mais um dia
não sei
um dialeto incolor
franco
é seco
seco.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Você não me entende


Você não me entende.
Não me entende.
Mesmo quando digo que é amor.
Você quer se levantar
Você não me entende
não consegue compreender a força
o poder
Só se importa com o tic e tac
com a bomba relógio
o pulsar das coisas.
Como, consegue ser tão frio?
Ser tão permanente.
Imutável.
Sou eu mesmo que te digo.
teu dono.
Meus desejos, o incêndio que quero provocar
só mais uma vez tentarei
de me colocar em suas mãos
entenda o que meus olhos tem a dizer
Mas você não me entende.
Não.
Eu preciso que você me escute.
Me veja sorrindo
Não seja tolo, coração.
Me diga porque.
Eu não consigo dizer
Não me entende, deixa.
Você não liga.
Só não pare de bater, você é o único que eu tenho.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

ANTES DE DORMIR


um frio
mãos geladas
apenas duas mãos.
olho para um lado e para o outro
me esquivo de qualquer barulho
não quero.
Olho pela janela
preto.
Penso em como tudo seria
se...
preto.
Choro uma vez
tenho a sensação de qualquer sonho não supera
nenhuma das minhas expectativas
me desespero
canso.
Durmo.

ESPETÁCULO ROSA NEGRA - Bastidores

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Aprendi tarde sobre a inveja.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Rosa Negra - Fotos e Crítica












de fato



não gosto de me sentir desse jeito fim não vejo mais céu vermelho tento disfarçar minha angústia mas minhas lágrimas não secam e por mais que meu choro seja calado minha alma sangra sangue nem sempre vermelho sinto falta da ternura dos dias quentes febris sinto falta de quem eu era de quem sempre eu fui sinto falta dos meus sorrisos largos da alegria de estar vivo e pleno sinto muito sinto que minha totalização está apenas no palco enquanto estou lá me sinto limpo claro alvo me sinto o dono do mundo mas dura apenas uma hora todo o resto do tempo caminho perdido sobre um meio fio sem fim lá no fundo do quadro nem sempre vejo mas é uma tímida saída uma luz pra esquerda que quer compartilhar quer ser vista e nela almejo a esperança queria voltar volto pro escuro fim nada de fato não gosto de me sentir assim.

domingo, 4 de julho de 2010

ESTRÉIA - ROSA NEGRA -

Finalmente chegou. Minha montagem mais curta. Mais encurtada. É aquele filho que a gente não espera muito dele, mas por fim nos surpreende. É uma peça difícil, que apresenta arquétipos incríveis, que tem como tema algo complicado de se enquadrar numa caixa preta de 9 x 9 mts. Mas está aí, estréia agora no dia 17 de julho às 20 h no Teatro Galpão.





E o que é a peça?

É uma mistura. Existem bruxas, rebeldes bons e canibais, fim de tabus do sexo e sua total entrega ao universo dos prazeres. Um lugar que finda e sob um único governo mundial será explodido para que a vida no planeta seja remanejada para um satélite habitável construído por nós, “homens de bem”. O texto retrata um futuro distante, numa época em que a lenda do cristianismo evoluiu e se transformou na Rosa Negra.

Essa rosa seria a cura de tudo no mundo, do mal dos homens, das impurezas da água, do ar, das intempéries, maremotos, terremotos e vulcões. Essa rosa nasceria Negra, e sugaria todo o mal da terra. Entretanto, só há em todo o planeta um único seguidor dessa “religião”, uma bruxa velha que prega os dizeres dos escritos que ninguém nunca viu ou ouviu falar. Todos sabem que a Rosa é salvação, ainda sim não há nenhum homem na terra que saiba o que é uma rosa a não ser por fotografias... Não se sabe de onde nasceria, se seria um bebê, uma cruz ou um manto. Apenas sabem que ela nascerá de algo puro, e essa pureza é que deve ser encontrada.






Na contramão de todos os acontecimentos, o Parlamento, o tal governo mundial resolve inventar o nascimento dessa Rosa, e impõe o acontecimento da lenda. Mas o clarão no céu e nas águas não foi resolvido, por isso um grupo de rebeldes sai em busca dessa Rosa, sem medo de contrair até a pior peste de todas, que deixa os homens sem raciocínio, leva a loucura e em seguida a morte.

Mas existe uma única saída para tudo isso: o último descendente hebreu precisa se converter e novamente acreditar na rosa negra. Acreditar em Deus. A bruxa seguidora até tenta, mas não consegue. O rapaz é irredutível, está cansado de sofrer com o caos, com os saques dos rebeldes, do perigo eminente e resolve, inclusive, não se rebelar e viver uma vida regrada com base na conduta do parlamento, embarcando para o satélite artificial habitável e deixar que a terra literalmente se exploda.




Todavia, Deus, o senhor de todas as coisas do universo. Decide colocar em prática uma última alternativa para salvar o mundo, já destruído pelas oito guerras mundiais provocadas pelos homens. Decide fazer um acordo com o Diabo. Planejam juntos o nascimento da Rosa, que precisaria acontecer, segundo a lenda, da junção das forças do bem e do mal. Nura e Pecamino, representantes do céu e do inferno acordam que Nogo deverá se purificar em 24 horas, e isso deve acontecer sem nenhuma intervenção de ambos os lados. Apenas o destino poderá lhe prover a redenção.

O mundo fica então nas mãos do mal, Pecamino burla o acordo e resolve tramar com a Morte a ida do rapaz para o inferno, assim satisfaria seu desejo pelo fim de tudo tão adiado pelas forças divinas.

A peça retrata pessoas que estão em seus limites pessoais, extrapolando suas maneiras de viver, e de conhecer o mundo, que cansaram de lutar contra regimes, políticos, ideológicos, religiosos e de conduta moral. São homens fartos de suas vidas vis e que querem apenas procurar uma rosa, e que dela tudo, absolutamente tudo estará resolvido. Ou simplesmente viver sem se importar com nenhum futuro, se submetendo àquela realidade vigente.




Com dramaturgia e encenação de Leandro Bacellar, o Grupo Teatro Empório estréia seu novo espetáculo que foi contemplado no do EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO Nº 006/2009 - SELEÇÃO DE TEXTOS TEATRAIS INÉDITOS NA CATEGORIA TEATRO ADULTO E TEATRO INFANTO-JUVENIL da SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA –ES tendo o crivo de três grandes nomes do teatro nacional: José Renato Pécora, Alcione Araújo e João das Neves.


FICHA TÉCNICA:


Dramaturgia e Encenação: Leandro Bacellar
Direção de Produção e Assistente de Direção: Luana Eva
Trilha Sonora Original: Léo Pereira
Light Designer: Thiago Sales
Direção de Palco: Maurício Ramos
Cenografia: Emerson Evêncio
Artistas Plásticos: Kênia Lyra e Filipe Borba
Figurino: Luana Eva
Elenco: Camila Bautz, Cris Mascarenhas, Diego Carneiro, Diogo Reis, Henrique Três, Leandro Bacellar, Letícia Bianchi, Luana Eva, Marcos Luppi, Nívia Carla, Ramon Alcântara, Stace Mayka, Tadeu Schneider, Thiara Pagani e Werlesson Grassi;
Realização: Grupo Teatro Empório


SERVIÇO:

Datas: 17, 18, 24, 25, 31 de Julho e 1º de Agosto;
Horário: Sábados às 20h e Domingos às 19h;
Local: Teatro Galpão – Av. Reta da Penha – em frente ao Wall Mart;
Duração: 70 minutos;
Classificação: Indicado para maiores de 14 anos;
Acesso: Entrada Franca – A retirada dos ingressos será liberada uma hora antes de cada sessão na bilheteria do teatro.
Ingressos limitados: 110 pessoas.
Informações: 27-9965-5195

terça-feira, 15 de junho de 2010

eu quero que eles morram
que se internem
se alterem
percam tudo
inglória é o que desejo
quero a astúcia do fogo
quero que tenham fome, ardor, ardência, dor
quero perda dos dentes
do paladar
que não sintam odores
prazeres
desejo a carne, exposta, fétida
a ternura embriagada e torta dos outros
sarjeta
degradação
fedor
pele putrefacionada
quero o fim
para cada um deles que me desejam o mesmo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

penso que
de todas coisas úteis à vida
a arrogância e a falsa supremacia
que qualquer ser carrega
a partir do que suponha que possua
a partir do que supõe que possa ser diante do mundo
deve descobrir que ele é uma pétala sensível de uma flor gigantesca
enorme
frondosa
repleta de fragmentos
e que ele é pequeno
mínimo
singelo
a faísca de seu ego
revelará seu feio
o seu podre
sua atividade imprime
sua incapacidade do segundo contato
destrói a vontade de outros
o encantamento cairá
as suas maiores porém menores qualidades
serão distraídas pela pervesidade do seu olhar estrelado
pelo seu ar engomado e polido
pela sua arquitetura falsamente dominante
pela sua vidraça embaçada
pela sua enorme altura brilhante.
Creio que a partir de hoje
sinto sua alma fétida
e posso te chamar de
cretino.

para M. M.

sábado, 5 de junho de 2010

COM TONS DE VERMELHO MORTO


Sozinho.
Sozinho.
Sozinho.
Pudera eu não estar com a companhia da lágrima
Endurecida e viva
Perseguindo a boca numa constância terrível.
Educando o braço para que não manipule uma arma branca contra meu peito vermelho
Sujo de sangue morto
Coagulo todo o sentimento e choro.
Acordo mais um dia
Sozinho.
Escrevo.
Mortalmente duvido da minha notoriedade simbólica
Que ela sirva para a transfiguração do sentimento em verbo
Que ela possa em horas a mínima fração de alegria
Conforto.
Lazer da alma.
Isso é amor.
Arde, queima sem parar
Lateja
Pulsa
Fala
Almeja
Sonha
Gargalha
Nesse gargalo
Nessa torre alta
Nesse esplendor inglório
Pudera eu negar a companhia da lágrima
Quimera
Quisera eu fazer com que nada existisse e que estar aqui
Sozinho
Fosse apenas acaso.
Em vermelho fosco inacabado está o meu sangue
Numa pátina mal feita está minha pele,
Meus olhos têm o desenho de uma criança bêbada
O vermelho salta por todo o corpo
Sangra
Espirra, mancha
Vermnelho alaranjado
Vermelho cinza
Vermelho cobre
Vermelho ouro
Vermelho. Vermelho.
Minha alma sangra
em vários tons de vermelho
Morto.

Como maças e escrevo bobagens


Não há nenhum dia
Não há mais
Não há uma maneira de tornar isso mais fácil
Aprazível
Não há uma maneira de olhar de canto na janela e desenhar numa folha branca o seu rosto
Não há nada que cale meu choro
Já tentei trazer sua voz,
Seu cheiro
Sua maneira de entortar o queixo pro lado direito quando interroga
Não há respeito.
Não há relógio que consiga marcar o tempo que já passou
Não há vento que sopre ao seu favor e traga o odor até mim.
Não há nenhum lápis, creon , carvão que desenhe o meu coração
Da maneira que ele é hoje, cinza , meio preto, com tons de vermelho morto.
Não há uma delicadeza no meu olhar, um sorriso pequeno
Tento cantar todo dia,
Engasgo
Flutuo
Os pensamentos são espessos, largos, esquisitos
Largo tudo que faço o tempo todo
Desfaço e faço malas
Como maçãs e escrevo...
Bobagens!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Pelo Menos


te vi - tela

olhei ao telefone

fala virtual

quis e des-quis

voz agridoce

tom quase didático

cinza até

malandragem

boicota meu falar

me engasga

me evidencia

me desvela

sinto e des-sinto

é distante, eu sei

não importa talvez

me avisa

por/ com / você

eu até irei

mas primeiro

preciso te ver

a 2ª vez

pelo menos.

APETITE


Fome sinto

um abismo enorme

devorar você

por inteiro, pelo meio

sempre

as vezes

nunca dizer não

a língua subindo desde o joelho

pelo, pêlo

pelo corpo todo

o suor escorre

queima a frio

guloseima sem fim

molhada, vermelha

pulsante

tenra

amacio, bato

ponho uma venda

amarro

me delicio!

PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE III




1 - Loiro?




2 - Quase!




1 - Mais Perto?




2 - Gosta?




1 - É Grande!

domingo, 30 de maio de 2010

PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE II


1- ...Oi.


2- Acho que sim.


1- Tão rápido?


2- Existe interesse.

1- Aceito!

domingo, 23 de maio de 2010

NADA




Imagino o que me pode tirar nada respondo falo e desfaço mando e desmando O coração subterrâneo que escavo toda vez que vejo sinto que tudo cotinua do mesmo jeito Ou não ou simplesmente a lembrança me afoga em lágrimas secas que não aguardam mais a recíproca se é verdadeira ou não eu não sei só sei que não senti nada.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE


1- Oi.


2- O que?


1- Sozinho?


2- Aonde?


1- No meu carro.


2- Ah! Eu gozei!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

EXISTE UMA ESTÉTICA HOMOSSEXUAL?








A comparação entre uma série de obras literárias, às quais se soma o inédito "O Pombo-Torcaz", de André Gide, põe em dúvida o argumento
José Castello



Assim como a homossexualidade não existe — o "homossexual" é só um personagem inventado pela psiquiatria do século 19 —, é no mínimo temerário falar de uma estética homossexual. Se existem apenas as relações homoeróticas, e não os personagens imaginários que o senso comum arrola no clichê do "terceiro sexo", preferir as relações com o mesmo sexo não define ninguém. Essa impossibilidade se reafirma na leitura de O Pombo-Torcaz, delicado conto que o francês André Gide escreveu no verão 1907 e que só reapareceu um século depois. No texto, publicado agora no Brasil, Gide conta a noite memorável que passou com um jovem chamado Ferdinand Pouzac, em Bagnols-de-Grenade, perto de Toulouse. O "pombo" do título é Ferdinand, apelidado assim por "arrulhar" quando fazia amor.

Com sua ética protestante e seus conflitos interiores, André Gide (1869-1951) se esforçou para produzir uma explicação "natural" para a homossexualidade, da qual nunca afastou seus ideais religiosos. Em um livro como Corydon (1924), ele apresenta a pederastia (no sentido grego, de amor entre um homem mais velho e um jovem) como um ramo da pedagogia e a homossexualidade como um fenômeno biológico. O esforço para tornar aceitável o amor homossexual levou-o a fundar uma ética naturalista e biológica, que percorre toda a sua escrita. Ética segundo a qual o amor (seja ele qual for) é, antes de tudo, uma manifestação da natureza. Ética que bane de cena o desejo e a subjetividade, e que está presente também no conto que agora se publica.

Menos dogmático que Gide, o furioso Oscar Wilde (1854-1900) lustrou sua vida sexual com o verniz do desafio, do vício e da decadência. Ao mostrar quão efêmera é a beleza, um relato como O Retrato de Dorian Gray reafirma um vínculo entre a homossexualidade e o "estilo" — seja ele nobre ou doentio. O amor homossexual não passaria, nesse caso, de uma afetação, como o esnobismo ou o pedantismo — que estão sempre presentes nos escritos do inglês. Em carta ao amigo Robert Ross, escrita dois anos antes de morrer, ele se arrepende dessa posição. Mas, em vez de avançar rumo à aceitação de si, recua. Escreve: "Eu teria alterado a minha vida se admitisse que o amor uranista era ignóbil". De fato, uma sombra negra percorre toda a obra de Wilde — sinal do vínculo entre a homossexualidade e o vício, que nunca conseguiu desfazer.

Efeitos e estéticas muito diferentes foram obtidos no século 20 pelos autores da literatura beat americana, sobretudo por William Burroughs (1914-1997), autor de Almoço Nu, livro inspirado na temporada de sexo livre que passou em Tânger, no Marrocos. Ao lado de poetas como Allen Ginsberg e Jack Kerouac, Burroughs trata a homossexualidade não como uma questão biológica, tampouco como uma afetação, mas sim como uma perigosa e excitante viagem interior. Politizada pela contracultura, essa viagem se tornou não só marginal, mas contestadora. Por isso, em suas mãos, a estética homossexual assume tons violentos, de grande força política, atitude que o leva para uma espécie de "pansexualismo".

Antes dele, um autor como Marcel Proust (1871-1922) via as práticas homossexuais como uma espécie de maldição. Algo que, de alguma forma, se ligava à asma que, desde cedo, o infernizou. Em uma reversão, Proust fez da homossexualidade uma versão mundana da elevação espiritual, que ele encenou com sua vida reclusa. Repetiu, de certa forma, a herança dos poetas franceses Arthur Rimbaud (1854-1891) e Paul Verlaine (1844-1896), para quem a paixão homossexual que os uniu (e os separou) foi, sempre, um trafegar à beira do abismo; posição que se reflete na poesia que escreveram.

UMA FORMA DE VIOLÊNCIA
No século 20, um autor como o brasileiro Lúcio Cardoso (1913-1968) tratou a homossexualidade como um doloroso atestado de incompreensão. "Médicos, professores do futuro; exponho-me nu aos vossos olhos de certeza", escreveu, sintetizando sua posição de rejeitado. Místico e autodestrutivo, Cardoso via a homossexualidade não como uma realidade biológica, tampouco como uma ética; nem como afetação, ou uma "viagem"; mas como uma forma de violência.

Visão que o aproxima de dois outros artistas do mesmo século, o escritor cubano Reinaldo Arenas (1943-1990) e o cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975). Para Arenas, a homossexualidade — vivida sempre às escuras, nos parques, nas vielas — se torna uma bandeira política contra Fidel Castro. Nas mãos de Pasolini, ela se transforma em uma afirmação de desejos arcaicos (e "populares") e de uma verdade que nem sempre é saborosa. Ao morrer assassinado brutalmente em uma praia de Ostia, com o rosto desfigurado e a postura de um santo, Pasolini, de alguma forma, fechou uma estética de revolta e da luta, na qual o homossexual aparece como uma espécie de arauto do futuro.

Hoje, nas telenovelas, a estética homossexual se afasta também da doença (o que é positivo), mas se aproxima do modismo — o que, de fato, corresponde à forte expansão da indústria gay. As narrativas homossexuais ganham no vídeo, assim, um ar um tanto chique — como uma nova grife. Muitas estéticas são construídas em torno das relações homoeróticas; todas tentam enquadrar e disciplinar a esfera do desejo, que, em vez disso, é sempre singular e ingovernável.

Supor que o amor homossexual é sempre o mesmo é tão ingênuo quanto imaginar que as relações heterossexuais, só porque se repetem entre parceiros de sexos opostos, se equivalem. Todos sabemos que, sob a estética oficial do vestido de noiva, do casal perfeito e dos filhos saudáveis, esconde-se uma infinidade de variações do amor. E que é nessas particularidades, nesses desvios do singular, que as relações amorosas são sempre vividas.

Por isso — e o livro de Gide é só mais uma prova dessa impossibilidade — se torna cada vez mais difícil pensar em uma estética homossexual. Os amores, homossexuais ou heterossexuais, não comportam modelos. É na singularidade e na invenção, e não na repetição de fórmulas eróticas e estéticas, que eles revelam sua potência.

José Castello é jornalista e escritor, autor de A Literatura na Poltrona, entre outros.


O LIVRO
O Pombo-Torcaz, de André Gide. Tradução de Mauro Pinheiro. Estação Liberdade, preço a definir.


http://bravonline.abril.com.br/conteudo/assunto/existe-estetica-homossexual-490185.shtml

1.2 ENSAIO - PANORAMA ATUAL DO TEATRO CAPIXABA


De certo, vão pensar: quem é ele para falar disso. Bom a única coisa que posso responder é: preciso dar vazão aos meus sentimentos, esvaziar o conteúdo apreendido ao longo desse período encubatório ao qual me submeto para tentar atingir um melhor nível de trabalho.

Temos no Espírito Santo hoje certa ineficiência no ramo teatral. Que por ventura posso eu também participar dele, o que justifica talvez a minha escrita neste momento. Analisado algumas montagens locais de 2009 e deste principiante ano de 2010, comprovo-me que talvez eu esteja falando da coisa certa no momento certo.

Tenho visto modernismo. É isso o teatro realizado no ES é moderno, acredito que não acompanhou diversos processos histórico-artísticos que outras partes do país obtiveram. Isso em que trato? Por exemplo, a década de 60, 70 e 80 no estado, pelo que me contam e pelo que li, passou por uma efervescência. Diversos nomes foram lançados, gente que talvez tenha passado períodos em capitais culturais e tiveram a chance de se aperfeiçoar com mais cautela, perícia.

Na maioria das vezes vou ao teatro com o peito aberto e uma coisa é inegável, o teatro daqui tem ficado mais diverso. Há muita coisa distinta, uma da outra, sendo realizada. O que não acontecia há 5 anos atrás.

Fica complicado citar nomes, de pessoas, grupos e companhias. Vou pelas classes. Dia desses vi uma peça, em que cenograficamente cometeram o que não deveriam, baseando-se na experiência do grupo. Um painel imóvel, colocado atrás das atrizes, iluminado, estático, dialogando com nada, conversando sozinho, enquanto as atrizes propunham um texto falando da condição da mulher. Pergunto-me, esse discurso já não vimos, ou é minha impressão? Tratar de uma conversa batida e de certa forma oitentista? Fui ao teatro depois, assistir a um espetáculo de uma amiga, tão bem nomeado e divulgado. Tratava-se de uma atitude teatral antiga, quase nos moldes, frise-se quase, brechtinianos, mas falida. Velha, empoeirada. Com atores de qualidade abaixo, e bem abaixo da média. Uma androgênia não provocada, ou propositada pela inexperiência dos atuantes.

Infelizmente temos muitos diretores bons, que não estão trabalhando, a maioria que converso, desistiu. Cansaram de atores que não lêem, que não estudam e que não se aprimoram. Outros cansaram de depender do Estado etc. Existe hoje pelas minhas contas, o M., o D, o L., o C.. E os novatos de cena, que voltaram, após terem estudado Artes cênicas em Ouro Preto e nada trouxeram de novo à cidade. Existe uma peça de uma garota, que é simplesmente lamentável. Pois também se trata ainda da discussão do feminino, batida, antiquada, ingênua. Outra em que a luz era o protagonista, ou o figurante da peça, trouxe uma injeção de contra ditadura após quase 25 anos do fim dela. Não lembro neste momento ter assistido alguma coisa realmente preparada para os contemporâneos. Não posso citar as desventuras do besterol local, pois esta gama sequer chega perto do que se propõe, embora um grande show de humor, e executam bem esta função, mas poderiam, às vezes, manter-se como um show solo do diretor, certamente a figura com mais riqueza teatral entre os outros. Há um outro moço, de figura simpatica, certamente culto, mas que realiza espetáculos alinhados com o butô, e que por fim traduz apenas uma estética, não realizando-a. Gosto do Butoh, mas não podemos apoiar um conteúdo inteiro somente naquela ou outra estética e não recriar. O que me parece certa preguiça, ou afeição pelo efeito... Somente.

Outros defensores do “bom teatro”, cultos, certamente, são capazes, inclusive de desconhecer o tratamento barroco de uma ópera, e realizar o espetáculo sem ao menos uma curva. O que é quase que impossível quando se trata desse estilo.

Ainda sim, não chegamos a nenhuma conclusão de teatro contemporâneo. Discussão do papel feminino na sociedade, ou no mundo, ditadura, ópera barroca, butoh são “coisas” (sic) que não estariam alinhadas com o teatro contemporâneo, não da minha época. Embora o uso do butoh, seja o que mais se aproxime de um uso de carpintaria para realização, pesquisa de linguagem. Porém ele por fim, neste caso, acabou não sendo a fonte, mas o piso e paredes.

Não gosto de causar polêmica e se causar aqui no meu blog, que pouquíssima dente lê, retiro esse texto. Porém, fique claro, eu não discrimino também nenhuma manifestação teatral, as analiso e escolho o que quero pra mim, para me lembrar. Não quero parecer arrogante, muito menos conhecedor dos sete mares, falo obviamente da minha opinião, que pode, e deve, talvez, divergir das demais.

Hoje, sinceramente, não consigo lembrar-me de uma peça realmente boa, que me fez pensar em voltar a assistir aquela companhia, ou artista, não consigo visualizar agora, uma referência para que eu volte ao teatro, e frua. Com intensidade. Ou sem ela também. Certo, tem um Grupo, com uma letra só no nome, que gosto. Mas acho careta. Acho também antigo, a não ser quando se aventuram na dança.

Não me recordo de ter visto uma peça e ter abandonado a sala, e pensar: “amanhã quero voltar pra ver novamente”. Não me lembro qual foi a última vez que não fui ao bar e fiquei quieto para não ser desagradável e dizer sinceramente que eu não achei graça, que eu não gostei, que aquilo não me toca, não me choca, não me toma.

Acredito que das cerca de 18 peças que estrearam desde o início de 2009 na Grande Vitória, nenhuma delas tinha um trato realmente para comunicar-se aos seus de mesma época, com uma estética diferenciada, pronta, preparada, destrinchada e despachada. Leve e nova, fresca. Nada que seja interessante. Apenas cumprimento do certame, uma parada obrigatória, certamente uma escolha frágil.


POR HOJE É SÓ!

1.1 PANORAMA ATUAL DO TEATRO CAPIXABA


A complicada realidade da cena contemporânea teatral mistura-se a toda gama dos gêneros artísticos e perpassa pelos mesmos problemas na maior parte do globo: descontinuidade, falta de organismos de formação, escassez de contempladores, produtores e artistas, perda de credibilidade junto a sociedade, aniquilação pelos meios de entretenimento instantâneo e a distância, dependência do Estado etc.

Para os artistas e técnicos a melhor maneira para a apreensão de conhecimentos específicos se dá por meio da vivência verdadeira e absoluta com suas ferramentas e espaços, mesmo que inserida ou não na formação acadêmica do indivíduo ou grupo. Entretanto, especialmente na Grande Vitória é possível afirmar que os locais de ensaio, por exemplo, geralmente tratam-se de salões de festas, salas improvisadas em academias de ginástica, espaços abertos, gramados, tendo apenas o ensaio geral, horas antes da primeira apresentação pública, para a averiguações do resultado (ou conclusões) de seus projetos cênicos de iluminação, cenografia e figurinos.

O Estado do Espírito Santo dispõe de poucos equipamentos culturais em todas às áreas. A arte cênica não é diferente. Espalham-se por todo interior do estado 12 salas de teatro em funcionamento, e na Grande Vitória temos o Theatro Carlos Gomes sob administração pública estadual (R$ 400,00/dia), os municipais de Vila Velha (em estado de abandono) e de Viana, que está localizado a duas horas da capital por transporte coletivo; o Teatro Universitário (R$ 800,00/dia) administrado pela Secretaria de Difusão Cultural da UFES. De administração privada temos o Teatro do SESI (R$ 500,00/dia); Teatro Galpão – sem urdidura, ar-condicionado, coxias e camarim – (R$ 300,00/dia) e Teatro Marista – sem urdidura e com pé direito simples - (R$ 500,00/dia) localizado em Vila Velha. Todos estes espaços, não permitem o armazenamento de cenário e equipamentos das produções nos depósitos dos teatros, e o Theatro Carlos Gomes executa locação apenas de até três dias seguidos, pois é utilizado como casa permanente da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo e Projetos Institucionais.

Muito embora, estes espaços beneficiem a qualidade de vida da população e o fomento das artes cênicas; a realidade para o mercado teatral é pouco atrativa. Os aluguéis são caros, e ainda possuem inúmeras restrições quanto ao fazer teatral na cidade, como a impossibilidade de temporadas médias e longas, ensaios, depósito para material cênico e de montagem entre outras. Nesse sentido, Yan Michalski (1998, p.17) pontua:

[...] o teatro a exemplo talvez da música, mas bem mais que a literatura ou a pintura, é totalmente escravo de sua infra-estrutura material. Falar em encenação é sustentar um discurso que tem pelo menos tanto a ver com aspectos econômicos, políticos quanto com a estética.

A produção teatral do estado está a cargo de artistas independentes: atores, diretores e produtores, que se unem para um único trabalho e de pouquíssimos grupos e companhias estáveis. A inovação no fazer, em linguagem, direcionamento e estética, está ligada também nessa realidade ao “teatro de grupo”. Segundo José Renato Pécora, fundador do Teatro de Arena em São Paulo, em entrevista a esse trabalho no mês de setembro de 2009, o teatro de grupo trata-se do cerne das vanguardas:

"Assim, de estalo, o que posso dizer é que considero da maior importância o desenvolvimento de uma equipe; acho que o trabalho dos grupos no Brasil é a mais séria transformação que o nosso teatro está conseguindo. O grupo desenvolve uma linguagem comum, um pensamento uníssono, uma formação equilibrada que é fundamental para a sua própria existência. Existindo no grupo uma liderança equilibrada, inteligente, que permita o debate livre e criativo entre seus membros, e que o grupo possa exercer a sua pesquisa sem a pressão de prazos comerciais, buscando seus resultados, com equilíbrio, bom senso e bom humor, estará, sem dúvida, no rumo certo. Acho que será importante também, encontrar um denominador comum no terreno da ideologia, e da filosofia. Refletirem todos juntos sobre o que está acontecendo com o país, com sua cidade, com seu entorno, e, principalmente, discutirem o desenvolvimento educacional e cultural onde estão inseridos. A busca de repertório será uma simples conseqüência desse caminho."


Os dispositivos de formação, sejam eles da iniciativa pública ou privada, não oferecem graduação ou especialização na área Teatral. Grande parte dos atuantes em teatro, não possui formação tradicional específica deixando com que a experiência prática se encarregue de tal e o SATED – Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões ateste a capacitação destes futuros profissionais. Todavia, essa falta de conhecimento adquirido em uma universidade ou escola, pode ser suprida, em parte, em cursos que supõe-se afins como os cursos das outras áreas artísticas e os de humanas aliado ao conhecimento adquirido na prática.

• Trecho de “BOULEVARD,83 – A CRIAÇÃO DE UM ESPETÁCULO TEATRAL” Trabalho de Conclusão de Curso em Artes Plásticas, de Leandro Bacellar, apresentado em 11 de dezembro de 2009 no Centro de Artes – UFES.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Peter Brook

Tive a indelicadeza de copiar o post do blog "artistaemconstrucao.blogspot.com com palavras, e das melhores, de Peter Brook. Quem puder leia, por favor, O teatro e seu espaço.


"No período de ensaios é preciso cuidado para não avançar demais antes do tempo.Muitas vezes, atores que se exibem emocionalmente logo no começo, perdem a capacidade de descobrir relações autênticas entre si. (...) No entanto, quando os atores estão acostumados a começar amontoados em torno de uma mesa, protegidos por cachecóis e xícaras de café, é essencial, pelo contrário, liberar a criatividade corporal através do movimento e da improvisação (...).Como se consegue fazer para que essa expressão íntima cresça até preencher um amplo espaço, sem traição? Como se eleva o tom de voz sem distorcer a relação? É extremamente difícil: eis ai o paradoxo da interpretação".


"Não se deve tomar tudo o que está no livro como dogma, nem como classificação definitiva, tudo está sujeito ao acaso e a mudança".


Peter Brook

MEU PEQUENO MANIFESTO









Texto que será veiculado no programa impresso do próximo espetáculo do Grupo Teatro Empório:


Indago-me todos os dias, e me pergunto aonde quero chegar com isso. Ou aonde talvez, aonde esses textos chegarão.

É claro que a idéia de escrever teatro, não foi um chamado divino. Quem me dera se o fosse. Traduzir em palavras as contradições, perversidades, bondades, paixões e tudo mais dos homens, produz certo efeito alucinógeno em mim.

Às vezes me pego me perguntando o porquê de sentar no computador e acreditar que pudesse escrever algo que fosse encenado, que pudesse chegar aos olhos, ouvidos e fruição do espectador, e que da minha verborragia oculta, e desvelada pelos atores pudesse causar um mínimo de reflexão. Surpreendo-me com as respostas, pois eu como todos, acredito, estou em formação. Numa certa crítica direcionada a mim, claro que com certo deboche, escreveram que um dia, com muito, muito estudo eu poderia chegar a ser um “bom “autor teatral”. E concordo. Com certeza, estar a altura do Laboratório de Textos, edital motivador para esse novo espetáculo sair do papel, com dois diretores fascinantes e um autor dois mais inteligentes é realmente uma empreitada faraônica. E o requinte intelectual que isso pode gerar é megalomânico (sic), e de uma loucura tal. Certamente dei sorte.

Comecei a escrever, pelo que entendo, para sanar minhas necessidades de realizar minhas secretas fantasias, desejos, opções, e mentiras. Dou vida as minhas mentiras. Aliás dou páginas. Mas por conseguinte dou vidas, não é? A fábula, fantasia, história, narrativa, sugere que eu poderia facilmente ter vontade de ter vivido aquilo, estado ali, e realmente estive. Durante o tempo da escrita me coloquei ali, pensei e agi imaginando e vivendo aquela ação mentalmente. E fui autor. Ali. E ainda sim, penso que para que haja um mundo em que eu me encaixe as pessoas realmente gostam disso, de ver outras pessoas vivendo a fantasia de outros, mentindo descaradamente durante horas, ali, no palco. Lugar certamente da mentira. Mas a mentira está em todo o lugar, na cegonha, no coelho da páscoa, no papai noel. Então seríamos todos atores? Claro que não. Executar um trabalho de interpretação requer um alto custo, um dispendioso e brilhante gasto de energia, um estudo sem fim. Uma procura das mais vis que podem existir. Dramaturgo e ator se desejam, sem saber, talvez, mas são almas gêmeas. O ator é o elemento chave do meu trabalho, ele é a finalidade às vezes de uma vírgula, de um registro vigoroso entre parênteses, ele é o segredo do cofre.

O teatro certamente é a arte mais difundida de todas, pois ela é intrínseca do homem. Ele tem atitude teatral na alma. O que nós, artistas teatrais fazemos, é nos aproveitarmos disso e potencializar.

E eu, no meu “gabinete” o que eu faço? Eu invento? Invento pessoas, atmosferas, pesadelos, fantasmas, conversas, mentiras, verdades, planos, roupas, lugares, sol, lua, chuva. Invento calor intenso, chuvas do sul, nordeste e sudoeste, invento sapatos que existem, que não existem invento choros tímidos, choros velados, gargalhadas simbólicas. Rubrico. Mas não invento. Sou então um aproveitador. Retiro minha fala anterior, eu não invento nada. Eu copio. Sou copiador, uma máquina de xérox ambulante, uma impressora lenta que reproduz o que vê, o que sente, o que vive, o que ouve, o que lê. Talvez um catalisador, um escolhedor, um degustador de vaidades. Sou um déspota malvado e ladrão de expressões, mazelas e dores terríveis. Coloco seres em posições que não estão suando, mas devem suar, devem odiar seus amigos, seus inimigos devem amar. Faço e desfaço qualquer trabalho em sete dias. Serei eu um bruxo? Ainda confirmo minha arte da imitação. Imito, copio, roubo. Ladrão eu sou. Reitero, copio. Meus amigos, meus chefes, meus mestres, meus alunos, meus atores, meus pais. Meus amores curtos e maciços, os leves e duradouros, as paixões burras e os estúpidos encontros casuais. A minha própria verborragia é impressa às vezes, nem eu me respeito, roubo coisas até de mim.

Acumulo sim as duas funções, dirijo e atuo, e o pior ainda escrevo: se houvesse crítica teatral respeitada nesse Estado ela certamente acharia isso uma infâmia. Mas faço. Executo infamemente o meu trabalho. Meu amigo Renato Saudino me disse uma vez que eu estava funcionando bem no palco porque o ator entendeu perfeitamente o que o diretor falava. Pois bem, ele respondeu uma das minhas maiores dúvidas, o grande mistério que me rondou desde o início, por que eu devo dirigir o que eu escrevo? E por fim dirigir a mim? Com calma. Primeiro, eu suponho que nenhum diretor, que não seja eu, queira dirigir meus textos. Segundo, tenho o grupo, fundado por mim, Thiago Rizzo, Luana Eva, Danielle Pansini e Josimar Teixeira, este grupo precisa ser abastecido, e de uma forma que não onere, pagar direito autoral é uma realidade que respeitosamente cumpriremos quando houver essa escolha. Terceiro eu sou ator, preciso trabalhar, nunca houve convite para tal, na minha idade adulta. Dirijo porque escrevi, atuo porque o diretor me convida. Comecei assim, aliás, eu acabei de começar. De verdade. Não posso de forma alguma comparar as minhas escolhas a alguém com bagagem, experiência e trato com os piores e melhores atores. É indiscutível.

Teatro é uma arte da paixão, e como apaixonado que sou defendo. Meu amor, minha posse. Sou ciumento. Muita gente torce o nariz, mas por quê? Estamos começando a nossa história agora, mas já é alguma. Claro que de todo jeito enfrentaremos tudo que os artistas experientes já enfrentaram, que bom. Isso é o que deve acontecer se continuarmos nessa corda bamba eterna. Pois queremos ser experientes um dia, e defensores do “bom teatro” e fazer parte dele. E não só defendermos de longe, sem nos arriscarmos, ousarmos. Quero mentir mais pra todo mundo. Com prazer, bom humor. Respondendo a uma inevitável pergunta, sim eu gosto de mentir, gosto da mentira, ela me devora e eu deixo, permito, nós, eu e a mentira, temos um caso de amor intenso, horroroso, é lindo. Quero chegar a um ponto que acreditem na nossa mentira.

Sou um incentivador do teatro. Aposto em todas as iniciativas, dos estreantes, dos catedráticos, românticos, picaretas, dos plagiadores, dos metidos, dos pobres e ricos, dos loucos que se drogam para criar, que nem são tão loucos assim, só vão pelo caminho que mais lhe revelam coisas. De fato, a encenação do meu primeiro texto era lastimável. E o segundo nenhuma primazia, o terceiro tem suas falhas e esse aqui também terá. Isso eu tenho certeza. Apesar de brincar de deus no papel, eu sou um humano e falho, como todos. Ainda procuro a criação de uma jóia, talvez essa seja a razão de persistir...

Acredito que todo artista procura criar uma jóia. E nosso caso particular, o do teatro. Queremos certamente lapidar uma pedra em estado bruto, queremos dissecar este animal que não conhecemos. Talvez esse animal deva se chamar “texto”. E o que é essa jóia no teatro? – Obviamente um texto primoroso não significa uma direção perfeita - O que estamos procurando, seja no italiano, espaço aberto, alternativo. Quem é o classificador do brilho do diamante? O quilate do ouro, aqui, no palco, quem define? Seria o crítico? O público? O leigo? O sabido? Seria eu um ourives? Lembro ainda, meu caro leitor e espectador, que você seja o que determina a raridade do meu rubi, impresso e datado, aqui neste palco. É o senhor, senhora, moço, moça, quem pode definir se vale a pena ou não para ti. É você quem vai para casa pensar ou não nisso tudo, nisso tudo que quis falar a você. É a sua perspicácia que irá, talvez, lhe fazer dar o valor que espero obter na minha obra, na minha pulseira cravejada de pedras falsas, e que somente você poderá validá-las. Me incomodo apenas com a perda da humildade, ou a inexistência dela. Teríamos de admitir tudo, porque quando não temos teatro, não o temos. É a única coisa que podemos ter certeza.

Não sei ainda se estou no lugar certo, não sei se nasci pra escrever, claro que não, eu nasci pra ser rico como todo mundo. Mas escolhi isso, não sei por que, não sei da onde, não sei quem me fez assim, não foram meus pais, eles queriam que eu tivesse uma vida mais fácil, sem sofrimento, sem noite perdida em frente ao computador, com finais de semana em família. Queriam que eu não fosse viciado em café, cigarro, até a cerveja do fim de semana os incomoda as vezes. O que mais me falam é: - Você deveria parar de sofrer tanto, ninguém vai perceber se você fizer assim ou assado... Será que eles possuem razão? Certamente não foi o teatro quem me escolheu, eu escolhi cada uma das minhas mazelas. Gosto delas.

Para escrever... Para fazer teatro... Eu estudo muito, estudo as pessoas, o que elas falam, estudo seus gestos, creio em suas histórias. Estudo teoria, do Teatro e da Arte. Leio filosofia, contos, sonetos e poemas. Crônicas belas e outras das mais absurdas. Procuro me conhecer, confesso que uma das tarefas mais difíceis. Me politizo. Converso com sábios. Leio. Compro livros ao invés de ir pra micareta. Então já sei pelo menos que não sou micareteiro, mas o que não me impossibilita de escrever sobre um, claro se a história dele foi boa, pois são milhares os que se gabam por terem beijado outras milhares em seus encontros baianos. Sou preconceituoso. Me apaixono por tipos, por alguns deles em especial, sou um pouco adepto a sexo eloqüente, tenho minhas preferências musicais duvidosas para os eruditos, gosto de ir ao museu e carregar um guardanapo com a Monalisa estampada, compro dvd pirata, furaria meus olhos se tivesse feito filhos em minha mãe, comeria terra se passasse fome, mataria uma velha para dela roubar água. Seria eu então um copiador, ladrão, preconceituoso, assassino, ourives, mentiroso, ninfo, incestuoso, déspota, pérfido, apaixonado, amante, micareteiro, burro? Prefiro pensar que sou um possibilitador, de tudo isso, de mostrar às pessoas esse mundo cheio de histórias, para fruírem e acreditar na mentira, minha e do Grupo Teatro Empório.

domingo, 28 de março de 2010

Nunca mais se apagará, jamais!






















Após um ano de temporada. Equipe de 20 pessoas. Dois anos de trabalho para tirar do papel um sonho. Que finda.
"Boulevard, 83"não foi somente um espetáculo. Foi um sinal, de que o mercado das artes cênicas no Espírito Santo precisa mudar. Considerado o melhor espetáculo capixaba de 2009, pelo Prêmio Omelete Marginal, a montagem estreou no início de 2009 com pouca pretensão, principalmente por se tratar de um musical off broadway numa cidade em que as pessoas nem sabem onde ficam os teatros.












Agradeço aos artistas e técnicos que participaram desta empreitada, que sem dúvida, foi uma das mais recompensadoras da minha vida. Este projeto é resultado de uma pesquisa histórica e estética realizada por mim e pelo GTE, trouxemos para o palco músicas cantadas ao vivo, compostas por um reluzente brilhantismo de Elenísio Rodrigues. Amores, desamores, paixões e desafetos. Brigas, choros e velas. Reconciliações, ternuras, panelas, e desfechos. Partidas, idas e vindas.












Vermelhos, liláses, amarelos e lazuli.












O "Boulevard,83" possui uma interminável gama de cores e de sentimentos. Artistas de arquétipos dos mais variados, facetas. Malandragens. Posui em todo seu resto garra, competência e luta. Possui um olhar tardio, ressucitado, jovem e cansado. É moderno, contemporâneo e ultrapassado. É teatro.












Um dos maiores orgulhos da minha vida e poder contar durante todo esse tempo, com uma pessoa em especial, a quem sempre dediquei esta peça, e dedico o sucesso, e agora que fecho o BLVD digo que o prazer foi meu Luana Eva, e que muitos outros venham a brilhar junto com o Boulevard. Mesmo assim sei que dirás que rima empobrece o texto.



























Agradeço muito a todos que contribuíram com tudo, aos amigos e aos invejosos, aos que estudam e aos ignorantes, aos inanimados seres da minha vida, aos meus cães e principalmente aos meus atores. Que podem morder.


Certamente.



sábado, 27 de março de 2010

PACIFIC DINER VOL 1


Não é uma questão de haver pouca esperança, não, não é.

É um fato , a distância sempre nos aproxima das nossas paixões... Ou até mesmo as cria. desenvolve, multiplica. Quanto maior a impossibilidade, maior é o desejo, o sonho .
A inspiração ocorre justamente quando nada é pacífico, quando nada está calmo, é do caos que surgem as melhores coisas, acredito.

É como também o amor. um oportunismo sem fim. Na verdade, creio que amar esteja dentro dessa mini-teoria. Quanto mais isolado, sozinho, triste e sem pretensões, a vontade por ele aparece. De achar alguém , encontrar, ter pra chamar de seu. E quando consegue: puft! Agora quer casar! Ou ter 14 filhos. Se for gay, solicitar ao Estado a união estável, se feia, quer um marido bonito, se o cara é gay, quer que um hetero o olhe diferente . As vontades estão ficando fora de alcance , ou realmente essa é a história real, o alcance é que determina as vontades.

talvez seja.

Mas e se no menu , não tem nada que te sirva? Que te satisfaça? E se não há nada que possa saciar o seu apetite? o que vai querer? provavelmente o que é servido do outro lado da cidade , depois de uma extensa ponte com pedágios e engarrafamentos. a satisfação da clientela, perpassaria estar perto dos seus clientes e oferecer serviço completamente variado?

Acho que estamos nos mastigando. Brigando com o nosso destino o tempo todo, incluindo nossas aventuras numa longa lista de espera. estamos procurando emprego onde não há vagas para nossa formação. estamos querendo comer lagostas, em churrascarias, queremos ser cultos em danceterias, queremos ser alvo de cantadas em igrejas, queremos rezar a deus nos teatros, queremos ir ao cinema e fazer barulho, queremos andar no ônibus de graça, queremos ser felizes onde só há desgraça?

que diabos pode estar faltando? será que o mundo foi sempre assim? Será que nada nunca esteve a altura dos nossos desejos? Será que é isso que nos torna humanos?

Ou será somente uma parada num restaurante com um menu errado?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Conjunto Vazio


De todas as coisas que eu queria escrever ou falar de tudo que penso. Resta apenas uma coisa:


O VAZIO.


Desse vazio, é bem verdade, podem surgir milhares de resultados filosóficos, dramáticos, verborrágicos. Mas nenhum teria o exato teor. A dor do consumo dessa alma.


Talvez seja desse vazio, desse caos absoluto que eu deva tirar proveito para fazer o que sei fazer de melhor.


Nessa teoria do vazio, reclamo: o que há de tão importante no preenchimento... das emoções

dos sentimentos vis, do ódio. E se vivessemos cada dia... Só o dia. Só o minuto. Ainda é vazio?


O conjunto vazio matemático, não possui conteúdo, mas possui limite. E esse limite não seria um importante conteúdo desse vazio? Essa borda? Não intriga? Essa borda tem um valor, não?


Como se chamaria? O conjunto vazio da borda. Então o conjunto não é vácuo. Ele tem limitações, direitos e deveres , não pode pegar elementos de outro vazio, uma vez que deixaria de sê-lo em essência.


Muito bem. Essa essência. Vamos ver. Ela faz parte do etério, do volátil. Ela apenas identifica como, mas ainda deixaria-o vazio? Conjunto solitário, que tem essência, borda, limites, limitações, direitos, deveres, e ainda sim chama-se vazio.


O nome chamado não foi o ideal. Prefiro chamá-lo de Conjunto sem valor. Isso. Por que ele não possui valores em seu interior, ele não tem dados estatísticos contábeis (sic) que possa defini-lo como um conjunto habitado. Ou de fato, o vazio seja uma metáfora identificadora de seu valor, para qualquer outro conjunto.


E a essência. Se esse conjunto for tridimenssional, a essência é um elemento a ser contado. Não falo do odor, falo dessa essência. Complico-me agora. Essa essência, não é física. Não.


Penso nos direitos e deveres do nosso amigo vazio. De não ultrapassar a borda de outros, não passar dos seus próprios limites, cuidar somente do seu pequeno feudo sem elementos, tem o direito absoluto pela sua propriedade, mas não pode sofrer interferência desde que aceite-a. Da mesma forma que qualquer outro conjunto vazio ou não, tenha esse direito. E ainda, cada conjunto possui uma certa essência que definiria seus valores, mesmo estando vazio, sua pele se encostar em outra garantiria o sucesso de uma união agregando... valores.


É disso que estou falando então? Valores! Que idiotice tamanha a minha subestimar o meu amigo Conjunto, de achar que ele não entende ou não sabe que mesmo estando vazio, ou que vazio seja a maneira de identificá-lo pela essência, encostado em alguma outra borda, não interfere na borda ou no conjunto de ninguém, exceto em seu próprio território e no do seu vizinho, numa possível união de vazios com algum valor.


Mas o Conjunto. O da borda, que é vazio, pode e deve, é claro, se for de sua vontade, tentar todos os dias se tornar um conjunto cheio. Repleto. Mas nunca conseguirá porque a sua essência, ainda o deixará, do mesmo jeito: vazio!



A inexistência de valores para qualquer conjunto deixa até a mais vistosa borda isolada. De qualquer maneira, Conjunto sempre estará sozinho.

Sobre o meu.




Agora toda vez que eu dormir


demoro horas tentando me despir das tuas roupas


me limpar do teu suor


do teu perfume


dessa sua pele


do teu corpo todo


sobre o meu.




Sei que logo estará de volta. Um beijo!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Boulevard 83 encerra temporada no Teatro Marista



Para encerrar a temporada do espetáculo Boulevard 83, o grupo Teatro Empóriofará as suas cinco últimas apresentações no mês de março, a partir dopróximo final de semana.A montagem foi uma das que mais se destacou no ano de 2009 e, com plásticaousada e um texto bastante criativo, recebeu o título de Melhor Espetáculodo Prêmio Omelete Marginal.Boulevard 83 transita por diversas escolas teatrais, mas concentra-se,principalmente, no realismo fantástico e na comédia bufa, chegando a umamistura excêntrica de gêneros, que rendeu primeiro lugar em cinco categorias– Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino eMelhor Cenário – no 1º Festival Nacional de Comédia de Alegre (Fenaco).A sofisticação e o glamour dos veludos, plumas e meias arrastão típicos doscabarés franceses das décadas de 20 e 30 do século passado incrementaram omusical que contou com 12 composições norteadas por jazz, blues e regtime.Cerca de 70 profissionais estão envolvidos no espetáculo que levou,aproximadamente, dois anos para ficar pronto. Para assistir as últimasapresentações de Boulevard, 83 basta trocar um quilo de alimento nãoperecível pelo ingresso na bilheteria do Teatro Marista uma hora antes decada sessão.






Temporada: 6 e 7; 13 e14; e 20/3

Teatro Marista – Rua Antônio Ataíde, 879, Centro, Vila Velha / Tel.: (27)
4009-4211/9922-1722

Horário: 19h

Duração: 120 minutos

Classificação: 14 anos

Valor: 1 quilo de alimento não perecível



*Mais informações à imprensa***

Elayne Batista

M3 Comunicação

(27) 9848-9901

Boulevard 83 encerra temporada no Teatro Marista



Para encerrar a temporada do espetáculo Boulevard 83, o grupo Teatro Empóriofará as suas cinco últimas apresentações no mês de março, a partir dopróximo final de semana.A montagem foi uma das que mais se destacou no ano de 2009 e, com plásticaousada e um texto bastante criativo, recebeu o título de Melhor Espetáculodo Prêmio Omelete Marginal.Boulevard 83 transita por diversas escolas teatrais, mas concentra-se,principalmente, no realismo fantástico e na comédia bufa, chegando a umamistura excêntrica de gêneros, que rendeu primeiro lugar em cinco categorias– Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino eMelhor Cenário – no 1º Festival Nacional de Comédia de Alegre (Fenaco).A sofisticação e o glamour dos veludos, plumas e meias arrastão típicos doscabarés franceses das décadas de 20 e 30 do século passado incrementaram omusical que contou com 12 composições norteadas por jazz, blues e regtime.Cerca de 70 profissionais estão envolvidos no espetáculo que levou,aproximadamente, dois anos para ficar pronto. Para assistir as últimasapresentações de Boulevard, 83 basta trocar um quilo de alimento nãoperecível pelo ingresso na bilheteria do Teatro Marista uma hora antes decada sessão.



Temporada: 6 e 7; 13 e14; e 20/3Teatro Marista – Rua Antônio Ataíde, 879, Centro, Vila Velha /
Tel.: (27)4009-4211/9922-1722
Horário: 19h
Duração: 120 minutos
Classificação: 14 anos
Valor: 1 quilo de alimento não perecível
Mais informações à imprensa:
Elayne Batista
M3 Comunicação
(27) 9848-9901


sábado, 27 de fevereiro de 2010

hoje



...será que as vezes falar de amor... "

...tomou conta do céu

do céu...


...então você é um extra terrestre...

...é um anjo caído em minhas mãos

viajando na superfície

de um bilhete deixado no colchão...


mas o meu problema tá na mira...


se em teu planeta há vida,

envie um sinal!!!


Será que as vezes fugir é fazer amor no escuro?

Será que as vezes falar de amor é algo absurdo?


Trechinho de uma canção de Marcio Lacerda - Banda Lucy, tem a ver comigo hoje!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

EM 2010 - ROSA NEGRA


" As almas chegarão ao Aqueronte, um rio de correnteza contrária, uma mistura terrível de água e sangue pra onde todas as almas devem seguir. De sabor totalmente amargo, que nos fará delirar e agradecer a maldita morte por nos ter levado. Repetindo em mantra toda dor causada e sentida..."


EM 2010 O NOVO ESPETÁCULO DO GRUPO TEATRO EMPÓRIO.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

sigo, digo, sigo.


caminho sem volta
sem retorno
não tempo
parar pensar...
não páro
não penso
não caminho
flores no cabelo
árvores
vejo talvez um mundo
bem aqui
olho tudo que é belo
transformo tudo que era feio
mas nem penso
escurece
negro fica
surge
volto a caminhar
e só sigo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Tem Alguém


Tem alguém...

não é de 2010.. é 2009.

Tem beleza,

carisma

charme de sobra... não fala muito.

Não sei se é romance, mas não é aventura,

Delicadeza, simplicidade.

É início.

Não existe pacto, nem regras.

Só existe.