segunda-feira, 30 de junho de 2008

DESABAFO - (2)


Preciso desabafar,
Mesmo.
Eu sinto muita falta de um tempo.
Em que meus problemas eram menores.
Em que eu não precisava provar nada a ninguém.
Sinto falta do tempo
Do tempo que pessoas não me tratavam de vil maneira.
Estou cansado.
Estou tentando fazer o melhor.
Estou mesmo.
Mas parece que isso não é levado em consideração.
Minha mágoa cresce e nada muda.
Não muda, porque eu não sei o que passa na cabeça do outro.
Não sei o que quer.
Só sei que estou tentando fazer e dar o meu melhor.
No meio da multidão sou apenas um dos perfeccionistas
tentando fazer a diferença.
Mas isso não importa não é?
É mais fácil fechar a cara, mudar o comportamento,
Ignorar a realidade.
E para que? Não entendo.
Se não quer que caminhemos juntos vá a frente. Siga!
Siga, pois nossos anseios divergem.
Não sei se é ego, não sei se é vaidade, ou maldade.
Só sei que não agüento.
Não tenho força.
Nenhuma.
Por favor, pára.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

VOCÊS ACHAM QUE A ARTE "ESTÃO" MORRENDO?


* Hoje, pela madrugada... Encontrei uma comunidade do orkut com a pergunta deste título... O fórum público com o tal gritante desvio da nossa língua obteve a minha resposta... Gravemente eloquente e verborrágico... Respondi assim:


> Desculpa; mas essa pergunta para essa comunidade soa estranha. É paradoxal.

De tanta coisa que foi falada...

Arte morrer? Visão romântica demais. Moderna (no sentido do pensamento filosófico) demais. Arte não é substituída por nada. Utilizam da Arte para outros segmentos, como Tv, internet etc. Arte não é substituível porque é impossível.

A arte ainda continuará arte enquanto houver o artista e o contemplador.

E o contemplador ainda não acabou. E provavelmente dentre os milhões que nascem num dia deve haver aqueles que freqüentarão boas escolas, que nascerão filhos de "hippies" que por fim (se Dionísio quiser) gostarão de apreciar arte. E de qualquer que seja a linguagem.

Não temos que discutir se arte morre e como morre. Temos que discutir o que fazemos ou faremos para que a arte de cada um não morra, e como faremos para que o público, mesmo sem educação prévia, consuma arte. E arte também está dentro do sistema, gente, é consumo. Porque nós precisamos comer, alguém aqui vive somente de "arte"? Sem cachês, sem pagar aluguel, sem comprar comida?

Arte não é um sonho bom somente. Arte é trabalho. Talvez uma melhor pergunta seria: O que você faz para fazer arte? Ou como faz?

É bem verdade que trabalhamos com e pela subsistência. Entretanto o motivo disso é claro. O histórico, acredito, que já sabemos. E reverter a situação? Como, artistas podem fazer isso? Arte é um termo muito complexo. E uma ciência de extremos. Mas não sejamos tão sonhadores. A arte é inesgotável, pois se reinventa a partir das possibilidades de seu tempo vigente. Assim foi e sempre será, creio. A arte está ligada diretamente ao poder, magia e informação. Por isso está na publicidade, na tv, no rádio, na arquitetura, na indústria etc. Certo que muitas vezes distorcida, mas arte está em praticamente tudo(“Bauhauss”). Acho que a verborragia representa minha indignação com essa pergunta direcionada a artistas, que escolheram uma profissão e esperam campo e espaço para seu trabalho. É óbvio, que se fazemos arte, e se ainda não morremos, ela ainda não morreu. E se fazemos é porque alguém nos assiste. Alguém paga o nosso ingresso. Então a Arte vive, Capenga, sem dente, entrevada, velha e cega, mas está viva. Mas alguém recorda na história, um tempo em que a Arte não estivesse a beira da morte? Apenas em seu nascimento.

Houve um indivíduo que acredita que a arte morreu, mas ele tem certeza? A revista, o jornal que ele lê, contém arte em linhas, fotografias, imagens, enfim. Usadas para um ofício, mas existe. Entretenimento não é arte? Então não são artistas os que trabalham no circo? O circo sempre foi entretenimento e sempre foi uma das artes.

Lembrando que a arte teve origem (histórica) de uma cultura, que gerou todas as outras do ocidente. E do paganismo e cultura grega tudo foi adaptado de acordo com cada uma das culturas ocidentais. E no oriente, onde diverge absolutamente, da nossa cultura, o que falar do Nô e do Kabuck? Ou do Teatro Oriental, que é riquíssimo e ao contrário do ocidente não vive nenhuma crise. Acredito que o problema não precisa ser mais discutido, o problema necessita de resolução. A crise na arte ocidental é fruto de inúmeros fatores, que levarão a uma reestruturação, natural ou forçada, pra que pergunta como essa apareça apenas daqui a cem anos, como quando perguntavam a mesma coisa e colocaram o bidê de Duchamp na Galeria.

terça-feira, 10 de junho de 2008

DIA RUIM


Porque você não pega as suas coisas e vai embora? Mas leva tudo. Pra eu não correr o risco de me lembrar. Havia chance.
Eu não preciso que me incomodem mais. Se você é um problema vá, porque já tenho os que me ocupam.
Vá agora e senta lá.
Vai buscar o que é teu. Tua vida ordinária e robusta.
Não quero seus papéis de carta.
Não quero sua lábia evasiva.
Não quero seus sumiços constantes
A dúvida dilacerante de estar ou não com você.
Quero dizer neste arauto
Que eu não quero. Cansei de procurar ver a beleza nas coisas.
Cansei de sorrir pra um bebê com cara de joelho.
De comer coisas terríveis e dizer ter adorado
Cansei de ouvir vozes e não reclamar
Não quero em hipótese alguma ter que falssear minhas condições e presságios.
Quero com amargura dizer que cansei de você, do resto e de todos.
Quero dizer a alguns que não os suporto mais.
É sério.
Quero dizer que meu corpo apresenta fadiga. Cansaço extremo.
To cansado de mentirosos e manipuladores
De vendedores ambulantes
De falsidade sistêmica
Quero dizer aqui e onde eu puder
Que não quero mais isso.
Não quero mais essa gosma
Essa meleca (sic). Se for pra morrer só que seja
Que seja também sem o seu pressupor.
Quero que você vá pro inferno
De todas as formas e se coloque no recanto quente da maneira que melhor for
Não amo. Não odeio. Não quero.
Ai meu Deus. Como eu estou cansado.
E do material humano. Dessa massa louca.
Desse ambiente maligno que se forma a partir de dois corpos.
Estou incomodado. Porque as pessoas estão se matando por bobagens.
Casais querem o poder, absoluto de um ou do outro.
Quero dizer aqui neste arauto
Que meu saco trasborda.
E não é de gozo. Não é esperma. Ah não.
É raiva. E raiva do ser humano.