sábado, 5 de junho de 2010

Como maças e escrevo bobagens


Não há nenhum dia
Não há mais
Não há uma maneira de tornar isso mais fácil
Aprazível
Não há uma maneira de olhar de canto na janela e desenhar numa folha branca o seu rosto
Não há nada que cale meu choro
Já tentei trazer sua voz,
Seu cheiro
Sua maneira de entortar o queixo pro lado direito quando interroga
Não há respeito.
Não há relógio que consiga marcar o tempo que já passou
Não há vento que sopre ao seu favor e traga o odor até mim.
Não há nenhum lápis, creon , carvão que desenhe o meu coração
Da maneira que ele é hoje, cinza , meio preto, com tons de vermelho morto.
Não há uma delicadeza no meu olhar, um sorriso pequeno
Tento cantar todo dia,
Engasgo
Flutuo
Os pensamentos são espessos, largos, esquisitos
Largo tudo que faço o tempo todo
Desfaço e faço malas
Como maçãs e escrevo...
Bobagens!

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