
Engraçado, hoje , um dia atípico. Fiquei em casa à noite. Não costumo fazer isso. Sozinho, liguei minha tv, e assisti toda a sorte de bobagens. Foi ótimo. Sabe, teria uma noite muito improducente lá fora. Iria a boite, dançaria como ninguém, com minha melhor roupa e o meu tênis mais caro: um puma vermelho. Por falta de automóvel próprio, fiquei me casa, uma vez que meu pai fez uso do bem de consumo tão distante da minha realidade atual. Zapeando pelos canais, eu me encontrei, jogado no sofá vendo programas que refletiam quem eu queria ser, e como queria me vestir e ousar. Engraçado. Toda comédia romântica é um texto de auto-ajuda. Certamente. Tranquilamente eu vinha em meu quarto buscar um cigarro. Parte politicamente incorreta. Nessas idas e vindas achei meu prumo e tive milhares de idéias, uma delas já estou praticando, e é realmente jocoso o sorriso largo que estampo agora e o meu auto-convencimento que um dia tudo dará certo. Estou com uma idéia boa para escrever, sabe? Mas como solucionar os problemas técnicos? Aqueles problemas que os críticos sempre chamam minha atenção: cenário único, falta de movimentação dele, tempo rápido e time efusivo... Pois é meus colegas, os críticos terão que reclamar de novo, pois a idéia é fascinante, nada novo, é claro! Mas é potente. É o que eu gosto. É hilário e depressivo, é idiota e preciso. É raivoso e dramático, glamouroso e simpático. É puro carisma, ainda estou pensando no título... Mas já tenho as chaves principais... Terá gente maluca, gente normal, gente. É isso, gosto de falar das pessoas, dos tipos mais comuns, eu, você... Gosto do tema das crises existenciais e pessoais. Isso me afeta, sabe? Este texto não vou revisar, quero que ele tenha o impacto de não ser corrigido, estou falando desse agora que estão lendo, dessa bobagem postada num blog. Quero que vocês leiam e entendam minha crise de euforia. Às duas horas da manhã, quando nem a festa chata dos meus vizinhos me incomoda mais. Quando ônibus não circulam, quando na tv já não temos mais nada. Quero que vocês entendam que hoje é o primeiro passo para os outros dias, para os que virão. Para que passemos a escrever e ler sobre a gente, para que paremos de acreditar num sonho impossível, vamos viver as nossas possibilidades. Para que um futuro distante, se podemos viver um presente gostoso e dilacerante...???? Quero ver a mulher gorda de biquíni na praia, o magrelo de sunga como eu, quero ver a pancinha dos meus amigos enroscadas com aqueles cabelos sem aparar, quero ver as minhas amigas sem dietas loucas, quero ver cabelos sem escova e quero também poder mostrar que nada é regra. Viva as roupas que não podemos comprar, viva os shows que não podemos ir, os carros que não temos, viva o ingresso caro, viva para os bens que não podemos consumir, a casa que não temos, a cerca que não construímos, viva as viagens que não fizemos, viva o cabelo da Gisele, viva o rosto do Gianechini, viva as jóias da Hebe, os dentes da Xuxa, viva o Big Brother, viva a novela das oito, a lei de Murph... Viva o Superman, a revista playboy, a política, o “boa noite” do Willian Bonner, viva Roberto Carlos. Viva o meu alisante. Viva! Viva toda essa bobagem virtual. Viva a virtusiosidade esquecida pela idéia da imagem. Viva a imagem. Viva o meu computador. A minha dor... viva a “putakemepariu”, e as que não me pariram....Viva as castas, as puras... Viva os gays, os heteros, os escondidos, os depressivos... Viva esse mundo de merda.... Viva toda essa coisa que a gente chama de vida! Viva!
No país do coração, exílio é uma palavra constante e abrigo aos estrangeiros é uma determinação institucional! As coisas são muito difíceis nesse país... Tudo funciona numa certa escala de cor! Por exemplo: O Branco é o início de tudo... ausência total de vida...totalmente desabitado...Mas quando o morador chega...Tudo fica excitadamente vermelho, sangue!! A paixão está no ápice, pega -se fogo em tudo, até o ar é inflamável! Aí com o passar do tempo, a paixão pode ir deixando de ser a mesma...o maior sentido já vai passando do ponto... Tudo fica moderadamente rosa, se ainda houver aquele clima de paixonite, que já não é mais arrebatadora, mas ainda é algo que faz bem, que não machuca! Depois do rosa, a situação já começa a ficar complicada...Cobranças e impostos são exigidos ininterruptamente, os tons alaranjados dão um toque especial à decoração..eles intercalam sentimentos , dúvidas e difíceis emoções... A descoloração depende da poluição gerada pela sua razão, o destempero das cores também é desagravado pelo caráter e pela dignidade do inquilino! Quando chegamos aos tons semelhantes ao vinho ou violeta o amor coagula, não respira mais, apenas vive caprichosamente, não age, não beija, não abraça! È aí então que ele fica marrom ou pra alguns casos piores, negro! O país do coração sofre seu big bang! Mais nada de bom habita este país morto, nenhuma reação calorosa é vista, nenhuma gentileza é feita! O país do coração faliu! Pediu ajuda do FMI! Está na bancarrota! Ai a maldita razão, pede licença e varre as cinzas deixadas pela guerra das cores, e depois constrói um coração limpinho, branco; pronto para mais uma guerra: A guerra do amor! Ainda pode acontecer de um amor qualquer, estacionar numa cor, ou o país do coração se reconstruir para o mesmo amor, mas a primeira intensidade de vermelho jamais será alcançada!




Mas arte não é subsídio incondicional ao homem, quantas pessoas nascem, vivem e morrem sem um pingo de arte nas suas vidas? Arte não tem conceito a pré-senso. Ela não é alguma coisa. Arte não se descreve em poucas linhas. Arte não é simples e nem pode ser simplificada. Arte é prazer, mas não é uma terapia. Arte não é uma bobagem comercial, mas deve ser vendida em nosso sistema. Arte é um mercado de trabalho, mas não é uma operação burocrática. Arte é uma arte. Arte é um dilema. Arte não é nada e é tudo. Arte é um lema. Arte é apenas arte. E dessa forma não classifico cada tipo, linguagem da arte. E ela apenas revela conceitos dela. Que criou por intermédio do tempo e pela história.