quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Teatro na Contemporaneidade

Teatro na Contemporaneidade

Acredito que essa busca que tanto estamos falando é evidente e talvez amedrontadora.
Mas não podemos nos atar.
É fato que o teatro sofre uma crise. Mas será que é por conta disso tudo? O Teatro talvez tenha sido puro em apenas um momento na nossa história. Na Grécia. Tudo que é feito é contemporâneo. E isso tudo é absolutamente volátil. Com a pós-modernidade tudo já é releitura e reinvenção do que já foi conquistado.

Vou tentar. Nossa busca é causar prazer a quem vê. Emoção estética.

Ora, o Teatro sempre enfrentou problemas, durante uma época foi inibido pela igreja e usado por ela para seus anseios, durante toda uma outra época o teatro foi perseguido, depois construíram casas para que os espetáculos servissem de encontros sociais. Enfim.
Não é um problema contemporâneo. É uma trajetória do que fazemos.
Pensemos: Teatro é o que? Para quem se faz? Porque se faz? Se não conseguimos ao menos responder a primeira questão como solucionar esse tal teatro na nossa era? O que podemos fazer é tentar. Quem soluciona são os matemáticos.
Mas ainda sim tenho uma opinião sobre isso. Acho que devemos conviver com o cinema e com a Tv, artes plásticas, música , dança, literatura etc.
Não podemos nos negar a isso, é fato. Sabemos que o público perdeu o interesse, mas isso é uma causa lá....provinda dos movimentos plásticos dos performers desde a década de 60..(Fluxus, Tadeuz Kantor) O público perdeu o referencial. O teatro perdeu a magia porque tiraram a magia dele. Quiseram até fazer um anti-teatro!
O que temos que fazer é teatro. Só. Não podemos pensar na tal “presentação”... temos que falar em representação sim, ou se criarmos o híbrido, temos que dar elementos para aquele (platéia) perceba o que há arte ali. Graças ao querido bidê na galeria, as coisas mudaram , se banalizou o conceito estético e artístico. E isso é contemporâneo. Assim ocorre tudo em nossas vidas. Se eu colocar meu computador agora numa galeria, será arte. E se eu for pro palco agora digitando apenas... será teatro. E o pior, contemporâneo. Mas e aí? A platéia vai entender como prazer? Como entretenimento? Como emoção estética? Até eu iria ver Batman nos cinemas.
Não acho que o problema esteja apenas na ribalta, o problema se estende... Pelas produções, pela falta de conceito estético, pela falta de atores competentes, pela falta de humildade também. O Problema está incutido na relação que temos com o Teatro e na tal tarefa de modificador social que ele carrega. E sabemos que isso ele nunca fora.
Tento pensar somente no que posso tentar fazer para me comunicar com o público desde o flyer até aquilo que ele assiste. Tento convida-lo e durante a peça tentar convence-lo da sua volta numa peça minha ou de qualquer outro colega. Isso é formação de platéia. Não temos mais um deus para festejarmos oferendas.
Temos homens lutando pela sua arte. E se fizermos dignamente. Ah... Ninguém nos Segura. Nem cinema, nem Tv, nem rádio e nem o Bush.