Finalmente chegou. Minha montagem mais curta. Mais encurtada. É aquele filho que a gente não espera muito dele, mas por fim nos surpreende. É uma peça difícil, que apresenta arquétipos incríveis, que tem como tema algo complicado de se enquadrar numa caixa preta de 9 x 9 mts. Mas está aí, estréia agora no dia 17 de julho às 20 h no Teatro Galpão.
E o que é a peça?
É uma mistura. Existem bruxas, rebeldes bons e canibais, fim de tabus do sexo e sua total entrega ao universo dos prazeres. Um lugar que finda e sob um único governo mundial será explodido para que a vida no planeta seja remanejada para um satélite habitável construído por nós, “homens de bem”. O texto retrata um futuro distante, numa época em que a lenda do cristianismo evoluiu e se transformou na Rosa Negra.
Essa rosa seria a cura de tudo no mundo, do mal dos homens, das impurezas da água, do ar, das intempéries, maremotos, terremotos e vulcões. Essa rosa nasceria Negra, e sugaria todo o mal da terra. Entretanto, só há em todo o planeta um único seguidor dessa “religião”, uma bruxa velha que prega os dizeres dos escritos que ninguém nunca viu ou ouviu falar. Todos sabem que a Rosa é salvação, ainda sim não há nenhum homem na terra que saiba o que é uma rosa a não ser por fotografias... Não se sabe de onde nasceria, se seria um bebê, uma cruz ou um manto. Apenas sabem que ela nascerá de algo puro, e essa pureza é que deve ser encontrada.
Na contramão de todos os acontecimentos, o Parlamento, o tal governo mundial resolve inventar o nascimento dessa Rosa, e impõe o acontecimento da lenda. Mas o clarão no céu e nas águas não foi resolvido, por isso um grupo de rebeldes sai em busca dessa Rosa, sem medo de contrair até a pior peste de todas, que deixa os homens sem raciocínio, leva a loucura e em seguida a morte.
Mas existe uma única saída para tudo isso: o último descendente hebreu precisa se converter e novamente acreditar na rosa negra. Acreditar em Deus. A bruxa seguidora até tenta, mas não consegue. O rapaz é irredutível, está cansado de sofrer com o caos, com os saques dos rebeldes, do perigo eminente e resolve, inclusive, não se rebelar e viver uma vida regrada com base na conduta do parlamento, embarcando para o satélite artificial habitável e deixar que a terra literalmente se exploda.
Todavia, Deus, o senhor de todas as coisas do universo. Decide colocar em prática uma última alternativa para salvar o mundo, já destruído pelas oito guerras mundiais provocadas pelos homens. Decide fazer um acordo com o Diabo. Planejam juntos o nascimento da Rosa, que precisaria acontecer, segundo a lenda, da junção das forças do bem e do mal. Nura e Pecamino, representantes do céu e do inferno acordam que Nogo deverá se purificar em 24 horas, e isso deve acontecer sem nenhuma intervenção de ambos os lados. Apenas o destino poderá lhe prover a redenção.
O mundo fica então nas mãos do mal, Pecamino burla o acordo e resolve tramar com a Morte a ida do rapaz para o inferno, assim satisfaria seu desejo pelo fim de tudo tão adiado pelas forças divinas.
A peça retrata pessoas que estão em seus limites pessoais, extrapolando suas maneiras de viver, e de conhecer o mundo, que cansaram de lutar contra regimes, políticos, ideológicos, religiosos e de conduta moral. São homens fartos de suas vidas vis e que querem apenas procurar uma rosa, e que dela tudo, absolutamente tudo estará resolvido. Ou simplesmente viver sem se importar com nenhum futuro, se submetendo àquela realidade vigente.
Com dramaturgia e encenação de Leandro Bacellar, o Grupo Teatro Empório estréia seu novo espetáculo que foi contemplado no do EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO Nº 006/2009 - SELEÇÃO DE TEXTOS TEATRAIS INÉDITOS NA CATEGORIA TEATRO ADULTO E TEATRO INFANTO-JUVENIL da SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA –ES tendo o crivo de três grandes nomes do teatro nacional: José Renato Pécora, Alcione Araújo e João das Neves.
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia e Encenação: Leandro Bacellar
Direção de Produção e Assistente de Direção: Luana Eva
Trilha Sonora Original: Léo Pereira
Light Designer: Thiago Sales
Direção de Palco: Maurício Ramos
Cenografia: Emerson Evêncio
Artistas Plásticos: Kênia Lyra e Filipe Borba
Figurino: Luana Eva
Elenco: Camila Bautz, Cris Mascarenhas, Diego Carneiro, Diogo Reis, Henrique Três, Leandro Bacellar, Letícia Bianchi, Luana Eva, Marcos Luppi, Nívia Carla, Ramon Alcântara, Stace Mayka, Tadeu Schneider, Thiara Pagani e Werlesson Grassi;
Realização: Grupo Teatro Empório
SERVIÇO:
Datas: 17, 18, 24, 25, 31 de Julho e 1º de Agosto;
Horário: Sábados às 20h e Domingos às 19h;
Local: Teatro Galpão – Av. Reta da Penha – em frente ao Wall Mart;
Duração: 70 minutos;
Classificação: Indicado para maiores de 14 anos;
Acesso: Entrada Franca – A retirada dos ingressos será liberada uma hora antes de cada sessão na bilheteria do teatro.
Ingressos limitados: 110 pessoas.
Informações: 27-9965-5195
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