segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quando você vai
só fica a ausência
surpresa
apoteose
paetês e brilho
memória,
não, não há risco
ultrapassagem
mas
dúvida
não.
nego. não nego
sim
não nego
sopro respiro ofego repito despero grito sofro ungido perdido...
sintoma
não nego

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Está tudo tão...
calmo?
Tenho certeza de que...
confusão será agora
antes tarde do que nunca
penso.
minhas unhas tremem
é delicado
um relicário se abrirá
é tão...
estranho?
platônico
mania de viver o que não acontece
desfibrilo um fato que não é
ou, será?
espero?
sorrio?
fico sério?
conto as palavras para parecer inteligente?
faço charme com a boca?
só escuto?
é tão...
subjetivo?
não mastigo?
não penteio o cabelo?
falo baixo?
apuro o paladar?
acuso?
é tão...
bonito!
será?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Está tudo certo
os carros andam
ainda há sol
a lua aparece
a maré sobe, desce
as mentiras são contadas o tempo todo
a métrica é morta
por mim
cada centímetro gota de saliva é jogada fora
para o ralo.
os sabores são sentidos
a brisa bate no cabelo da jovem senhora
alguém morre atropelado
os parques de diversões provocam gritos e risadas
vômitos são disparados
casamentos feitos e desfeitos
a agonia dos transplantes são mantidas
as esperas em filas
os lucros dos bancos
a revolta dos países colonizados
a memória de bandidos são preservadas
a corruptibilidade continua moeda
tudo invariavelmente não muda
sempre parte das três cores primárias.
Mantendo o preto e o branco como valores
sempre
via de regra
ventania dentro do meu corpo ecoa dá voltas mas não vaza nada deste receptáculo incólume fecho todas minhas ânsias e desejos numa agonia profunda que requer sanidade para manter me vivo a poesia execreda de meus pés e as cores vivas que saem da minha boca colorem a profundeza que meus olhos não podem mais enxergar a doença me toma por todas as partes o ódio transtorna meu paladar que só sente o gosto férrido do sangue que escorre pelo queixo até tocar a barriga quando fico na horizontal onde olho por meio das paredes respingadas o que realmentente não fiz tudo se esvai diante da vontade plácida de rever o que exatamente eu não tive coragem de realizar e se me permito ao erro persigo não obstante da reação e descubro que mesmo que possa fazer qualquer coisa mesmo que o destino me deixe prostrado em relação ao futuro entendo finalmente que só me fodo