quarta-feira, 29 de julho de 2009

TEMPOS MODERNOS?

Mais um dia. Acordo, cumpro meu dia, vou para o trabalho e volto pra casa e torno a trabalhar até a madrugada. O tempo vai passando...


E por que hoje resolvi escrever? Porque eu Tô esquisito. Serão esses tempos modernos? De paixões momentâneas? É incrível... Tudo é tão vazio...


É claro que ninguém é obrigado a querer ninguém. É claro que ninguém é obrigado a ser de alguém. Todavia é inerente ao homem querer viver a dois, compartilhar angústias, alegrias, raivas, enfim, toda a sorte de bobagens.

Me sinto perdido, angustiado nessa coisa toda. Sinto um vazio nas pessoas como nunca, e é claro que isso é resultado desse tempo em que vivemos, em que tudo é muito rápido, tudo é muito efêmero. É incrível que existam pessoas que vivem paixões de uma noite, e até de uma hora. E eu não estou falando daquele tesão sinistro que te leva ao motel e você descarrega burocraticamente suas vontades, estou falando de gente que vive realmente uma paixão de uma hora. E depois ainda escreve em algum meio de diversão virtual que "foi bom enquanto durou" ou "um momento bom é um momento eterno". Meu Deus isso é uma maluquice sem tamanho. É um abuso ao pensamento social e coletivo.

Imagino que daqui a um tempo ficará impossível realmente encontrar alguém para dividir afinidades, sexo e saliva. Às pessoas são fracas, a tudo. Se enfraqueceram, não conseguem tolerar as outras, conversar, dar-se bem. Beijam um aqui, mas o amigo dali do lado é uma graça, e ele é um alvo em potencial... Mas alvo para o que? Que busca é essa?

Afinal o que é que as pessoas estão buscando??? Será que alguém responde? Acredito que daqui há algum tempo chamarão a nossa era , da era do VAZIO. nada é em profundidade. Tudo, absolutamente tudo é raso. Estamos tratando tudo superficialmente, nada é levado á um tom de peso. E estou falando de amor sim. Porque eu não entendo essa merda mais. É claro que já amei. E enquanto amei, foi fantástico, eu era feliz demais, muito, muito, eu tinha uma referência, eu sabia que eu tinha alguém para contar em qualquer momento, porque antes de tudo eu acreditava que havia respeito, amizade, parceria e lealdade. Eu podia contar a qualquer hora. eu tinha ali do meu lado a força , o tempero, o destempero, o prazer, a apoteose e o funeral. Era fantástico. houve um ponto final, porque o amor acabara. Não da minha parte. Resisti apaixonado e crédulo até o fim. E hoje, esse amor virou referência para tudo. Sim para tudo, para qualquer tipo de convivência a dois que eu viesse/virei a ter. E isso é muito maluco , porque eu é quem foi o traído; e do jeito que falo parece que foi ontem? Não foi. Meu casamento acabou há 5 anos atrás. E se eu amo ainda? Não, não mais. Custou, mas Passou. Aquela experiência, foi a maior e mais recompensadora da minha vida.

E me pergunto: passaram 5 anos, e nada? Não vai acontecer de novo? Não vou ficar envergonhado na frente de alguém que eu queira? Não vou mais lutar para ser visto, notado? Me arrumar todo, para que veja bonito? Não vou mais receber um beijo de "oi". Não vou mais ter que reclamar de dormir de concha (O-D-E-I-O- D-O-R-M-I-R- D-E-C-O-N-C-H-A)... quando é que algum vai aceitar que me quer e viver isso, e não encher de problemas o mundo para impedir uma coisa que ele só não deseja, porque é óbvio que o outro está esperando algo no mínimo diferente? CARA, EU NÃO SEI QUE MERDA É ESSA. Mesmo!

É uma volatilidade de sentimentos sem fim, tudo é rápido, é prático demais. Durante esses últimos 5 anos em que meu coração parou de bater, apareceram várias oportunidades, e um exército de gente maluca, realmente doida, que num dia fala que te ama, e depois some, ou então querem você e mais meio mundo, mas ao invés de assumir isso, falam que te amam, que te querem de qualquer jeito mesmo que não seja verdade, mas estão mentindo pra si mesmos por quê? Por que dizer que ama , se não está sentindo? Por que parafrasear uma coisa, que não existe?

Eu acho que as pessoas ficarm burras, estúpidas! Se perderam dentro de tanto poder! estão cegas, porque podem experimentar de tudo numa fração de tempo muito curta. Mas esquecem-se que a solidão é terrível, a solidão machuca... a solidão de verdade dilacera o peito. Porque o ser humano não consegue ficar ilhado em si mesmo. Não consegue se enjaular, pois não é de sua natureza. Eu não sei onde esse mundo quer chegar com essa cultura absurda de negar que somos seres sociais.

Quero saber quando vou poder de novo, rir sozinho no trânsito por causa da lembrança de uma piada ínfame, dos sorrisos, dos mau-humores, das conversas pseudo-sérias e políticas, de ouvir histórias cabeludas da família que é quase minha... Quero sair de mãos dadas, quero ver Tv junto e reclamar do canal, quero brigar de manhãzinha por causa do cobertor e arranca-lo depois pra fazer o sexo matinal... Ouvir sininho, beijar o sapo, sentir mariposa, tremer na base...

terça-feira, 7 de julho de 2009

contínuo




Uma vontade enorme de chorar


está tão frio


e não adianta


nem sei porque


um cansaço sem fim


uma dor que não pára


não pára


e não perdi ninguém


não briguei


não me dei mal essa semana.


Mas tô assim... Parece que me falta algo.


E a vontade fica, lateja, setencia meu dia


E batendo no canto da cabeça uma idéia


fixa


que não me larga


mas não corre


não anda


tá presa


não sei o que faço.


penso, penso


e não desisto.


Mas o pior é que eu nem sei o porque.


E contínuo,


continuo


com uma vontade enorme de chorar.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Moacyr Goes: Teatro e vanguarda


Moacyr Goes: Diretor de teatro e cineasta




Rio - O teatro sempre evoluiu puxado pelo trabalho de grupos e companhias. Ao longo da história, a dramaturgia, os atores e o espetáculo se desenvolveram pela vanguarda do trabalho em grupo. Shakespeare teve sua companhia e sem ela dificilmente teria escrito tanto e tão bem, pois é no exercício contínuo que é possível aperfeiçoar a técnica e sofisticar a elaboração temática. Molière teve seu grupo, assim como Brecht, Stanislavski e outros que mudaram o teatro moderno.
Por aqui, foram as companhias estáveis que também fundaram o moderno teatro brasileiro, e os grupos avançaram na invenção de uma cena contemporânea. Numa cidade como o Rio de Janeiro, no panorama teatral devem conviver grupos profissionais estáveis e produções comerciais.
E como isso se dá? Através do reconhecimento pelo poder público da importância do trabalho de longo prazo dos grupos e da necessidade de sua sustentação.
A produção dos grupos e companhias tem outra referência da comercial: a investigação de linguagem e a abordagem mais profunda de suas temáticas. Isso, sem prazo longo, é impossível, porque seu modo de produção não interessa ao mercado comercial.
Na nossa realidade, os grupos e as produções comerciais se embolam na luta por patrocínios e espaços. Por isso, é muito importante que as políticas públicas reconheçam as especificidades e criem mecanismos diferenciados.
Essa é uma sugestão que faço tanto a Adriana Rates quanto a Jandira Fegalli, secretárias de cultura do estado e do município. E creio que ambas sabem disso. O que não sei é se seus orçamentos dão para tal empreitada.



http://odia.terra.com.br/portal/conexaoleitor/html/2009/6/moacyr_goes_teatro_e_vanguarda_15973.html

quinta-feira, 2 de julho de 2009

CHATICE




De tudo que posso crer,

creio menos a cada dia nas pessoas

não são todas

mas não confio...

lero, lero

faço que olho pra cima

e ignoro

sorrisos amarelos

só bobagens

traduzo um pouco

percebo

caio fora

tanta gente chata



BOULEVARD 83 TRAZ DE VOLTA O GLAMOUR DOS CABARÉS







O Grupo Empório de Teatro volta aos palcos capixabas com o novo espetáculo “Boulevard, 83”. Trata-se de um musical que faz a releitura plástica e estética de cabarés de várias épocas. A idéia da montagem surgiu com bases no glamour da década de 30 do século passado, mas movimenta-se por mais cinco décadas: de 1890 a 1940.





A trama se dá em torno da história de François Jocker e Joe Jocker, proprietários do endereço da casa de espetáculos mais antigas da Rua Boulevard, situada em New Paris City (um lugar híbrido entre Paris e Nova York).




Após a morte de François Jocker, que aparentemente era rico, é feita a leitura do testamento e os artistas que trabalhavam e moravam na casa descobrem que ele, na verdade, estava falido.
Com a casa hipotecada, todos passam a temer uma ordem de despejo. Para solucionar o problema, os artistas se unem e resolvem montar um show de reabertura do Boulevard e tentar conseguir oitenta e três mil "Francos Dolados" para quitar os títulos da hipoteca. Porém, ninguém contava que a maior cafetina da cidade, Divine Lemitré, em parceria com o maior gângster da Califórnia, Jam Montola, faria de tudo para conseguir ficar com a casa e transformá-la no maior bordel de New Paris City.







“Boulevard, 83” transita por diversas escolas teatrais, mas concentra-se principalmente no realismo fantástico e na comédia bufa, chegando a uma mistura excêntrica de gêneros.
A pesquisa musical ficou por conta de Elenísio Rodrigues que apropriou-se do erudito, jazz, blues e ragtime para compor 12 músicas em parceria com o diretor e ator Leandro Bacellar.
Com um figurino rico em rendas, plumas, meias arrastão, entre outros adereços, o elenco coloca todo o seu vigor em cena com marcações fortes e sensuais. A produção, que levou quase dois anos para ficar pronta, conta com uma equipe de aproximadamente 70 profissionais.
Ficha Técnica – Boulevard 83
Elenco: Allan Toni, Dayanne Lopes, Danielle Pansini, Diego Carneiro, Josimar Teixeira, Kalina Aguiar, Leandro Bacellar, Luana Eva, Luciene Camargo, Ludmila Porto, Mell Nascimento, Marcos Luppi, Nívia Carla, Stace Mayka e Werlesson Grassi.
Dramaturgia e Direção: Leandro Bacellar
Direção Musical: Elenísio Rodrigues
Músicas: Elenísio Rodrigues – Leandro Bacellar
Direção de Produção: Luana Eva
Direção de Arte: Kênia Lyra
Coreografias: Tadeu Schneider
Preparação de Canto: Patrick do Val
Iluminação: Thiago Salles – Overlan Marques
Cenografia: Leandro Bacellar
Figurino: Luana Eva
Produção Fotográfica: Jove Fagundes

Fotos de Cena: Luana Berreto e Luara Monteiro
Orientador Dança de Salão: Teresa Loofredo
Site: Franco Dalto.
Patrocínio: Lei Vila Velha Cultura e Arte – Hiper Export





GTE - GRUPO TEATRO EMPÓRIO


O GRUPO

O grupo Teatro Empório – GTE surgiu em 2003, quando estreou a peça "Quase Famosos", uma comédia sobre o desejo pela fama entre os jovens. Em 2006 estreou o espetáculo "O amor em muito mais que preto e branco" que rendeu o prêmio no VII Festival Nacional de Teatro de Guaçuí de Melhor Espetáculo - Júri Popular, neste mesmo ano.
O grupo pesquisa diversos elementos para a busca de uma linguagem própria e de uma estética ímpar. Essa peregrinação levou os integrantes a procurarem o circo, o realismo, surrealismo, expressionismo, artes plásticas, música entre outras referências para compor o novo trabalho: “Boulevard 83” que subirá aos palcos em 2009.


REPERTÓRIO


QUASE FAMOSOS



O espetáculo “Quase Famosos”, escrito e dirigido por Leandro Bacellar, estreou em 2003 com a missão de mostrar um trabalho bonito, atraente e inteligente, e levar o público jovem ao teatro. Contando a saga de jovens que procuram a fama de qualquer custo, essa comédia de situação possuía atributos de stand-up comedy e levava à platéia imitações e um time enlouquecedor. A idéia superou as expectativas, levando o espetáculo a vários teatros da Grande Vitória e do interior, um sucesso real de público no Estado do Espírito Santo.


O AMOR EM MUITO MAIS QUE PRETO E BRANCO



“O amor em muito mais que preto e branco” foi a possibilidade encontrada pelo grupo Teatro Empório para pesquisar o realismo como estética. Com base nos métodos tradicionais de interpretação, texto e direção de Leandro Bacellar, os atores Danielle Pansini, Luana Eva e Leonardo Freire em 5 movimentos representavam a história de Marco Aurélio, que se apaixona pelo melhor amigo Beto que passa a namorar Tamires que é a melhor amiga de Gisele que por sua vez namora Marco Aurélio. Este espetáculo conquistou o prêmio de MELHOR ESPETÁCULO JURI POPULAR NO VII FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DE GUAÇUÍ-ES/2006.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pathos


O que em nome da paixão somos capazes?


de quem falamos ? mulheres, rapazes?


solitários, enfermos


apaixonados, cometem palavras vis


em nome do que?


toda paixão pode ser prejudicial


a mim, a ti.


E onde fica o resto?


é , resto do mundo? Fica fora.


Fica fora do meu umbigo?



ps.: Cada ser homem, deve entender o que lê diante somente do que está escrito.