quinta-feira, 25 de junho de 2009

A CURA


Havia um homem de poucos gestos que estava por aí

um pouco acabado

transtornado pelos fatos da vida

cruéis.

Um homem revoltado que falava manso,

gesto tão pequeno.

Um homem , que andava lento,

que dobrava o olho só de pensar na dor

sofria só de ouvir algumas palavras amargas.

Mas seu medo não funcionou.

contrariado por mais um advento do destino

descobriu que não há do que se precaver

descobriu que o problema do mundo é o homem

o problema do mundo é realmente as ações, as palavras,

ah as palavras.

as dissimulações

as mentiras.

Mas houve uma noite

de pouco sono

com letras, ações e pequenos gestos.

sutis.

Ele descobriu que se curou.

se curvou diante de seu incrível crescimento

teve certeza!

Absoluta.

Se amou mais uma vez. e mais e mais.

Com suas pontas dos dedos se descobriu mais uma vez

se olhou no espelho e sorriu.

adormeceu e acordou muito melhor!




sexta-feira, 19 de junho de 2009

CARTA - RESPOSTA




Sabe qual é o problema?


é a beleza.


é toda a maneira com que fala,


que traduz os anseios


em que me olha


o jeito que diz baixinho


que namora


minha doçura se esvai por medo.


paura de causar má impressão


fico pensando em ligar


falar que tô com saudade


de dizer que quero ver


de ver e dizer que quero tudo


sabe qual é o problema?


que eu sou um chato!


tenho medo de ficar mais


pois sei que vou perder a cabeça


ah , eu vou... por que é bom demais pra ser verdade


prometo que serei mais doce.










quinta-feira, 18 de junho de 2009

OBRIGAÇÃO


Tenho uma velha obrigação que não me larga
Não é regra, não ensangüenta
É sempre na hora de inventar ...
To louco pra escrever, mas o que?
Não sei.... .... .... breve gesto de silêncio
- pausa dramática –
Um olho esquerdo de alguém arregala-se, alarga-se o sorriso
Sobre-finge(sic) espanto e fala com impostação:
- E por que não escreveria?
A alma é muda e imoral
E as mãos?
Trêmulas e loucas
Se servem de imediatismo químico e se propõem á tinta
Entretanto tanta força não há!
Vai, escreva dadaísta dos quintos!
Me ponho.
inferno
Mas está sem nexo.
n-e-x-o
- pausa dramática –
Observo a luz
Quero fazer filme. O olhar do cineasta... blá... blá.
A perna esquerda balança, com direito a um generoso Souza cruz
Me arrebento dentro, olho pra fora
Descubro umas palavras:
- porra, sinto como fosse explodir de desejo...
Mas a dúvida invade e já me faz chorar há dias!
Me cego talvez de burrice
Intolerância muda de toda minha castidade inútil.
Me infernizo com toda a minha parafernália catártica de controle sentimental.
Me pego com a mão no sexo, sentado à direita do senhor todo poderoso: CPU
Cú. Não entendo, de tudo que é criativo que penso. Nada- escrevo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

sensação esquisita


Hoje eu acordei diferente

meio intransigente com o tempo.

rio. verbo rir.

ir a pé, caminhando e pensar

De onde surgiu?

Eu ainda não acredito.

Eu ainda acho que é bom demais pra ser verdade.