terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O dedo espatulado suspendendo as avencas.



Havia Diminutas Fileiras de Rubis.

Havia um homem bem dotado, rico.

Podre de rico.

Era bonito, um traço parecido com o Conrad Nagel.

Instável como o ar, ele era doce e sutil como um... um...

Um animal qualquer.

Ele era esperto e preferia caçar a noite

não sabia muito o que queria por isso metia-se em multidões.

Tinha má fama, uma fama linda.

Corria léguas e andava a relinchos com cavalos brancos , morenos e às vezes negros.

Havia diminutas fileiras de rubis em seus olhos, quando deparava-se com seres de incontestável beleza


seu dedo espatulado suspendendo as avencas

era notícia.

Havia brilho diamântico (sic) em seu corpo... Até que tudo parou.

Nada.

Passou a não brilhar, a não procurar, a não ser , a não ter , a não usar, a não beijar.

E num sonho épico... De última hora de sono.

Num Giro intenso

Heróico

epopéico

Foi encontrado por aquele que o deixou de quatro

de quatro as sete esperando,

Era lindo, tinha no olho diminutas fileiras de rubis...

Choraram e tiveram um encontro mítico, quase inacreditável.

Despediram-se... Depois de intensos encontros diários,

Dividiram todo ouro , louros e flâmulas pontiagudas (sic)

E acabou. Não encontraram outro momento tão plácido...

... os dois morreram - morreram mesmo

de saudade.




sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pretérito


Ofegante

diz baixo

que não quer

inspira - solta

fazendo barulho

finge não querer

quando vê

já está

ali

fazendo parte

stop (ruído) stop

despois que goza

para.



À NOITE


Por mais que você seja tão imperfeito
E por mais que pouco dure
Tudo é eterno.
A noite te faz tão puro
E perto de você
O tempo parece não passar
Por mais que você finja não saber.

Apetite


Hoje nada do que escrevo tem sabor.
Por isso como.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

* Boulevard 83 *

Boulevard, 83, é o endereço da casa de espetáculos mais antiga da Rua Boulevard, situada em New Paris City (um lugar híbrido entre Paris e Nova York). Neste Cabaré, a falência vira uma realidade após a crise mundial em 1929. Os artistas se vêem diante de uma decisiva situação: abandonar o Boulevard em três dias e fechar a casa. Essa notícia gera inquietação destes cantores e dançarinos, que em conjunto, decidem montar um show que a cidade jamais assistira. Acreditam que é possível a estréia de um espetáculo completo em apenas três dias, usando toda a criatividade que os torna artistas. Eles só não contavam que um gangster perigoso, junto à cortesã mais famosa daquelas bandas pretendecomprar o cabaré a qualquer custo e transformá-lo no maior bordel de New Paris City para servir de esconderijo aos seus comparsas e álibi aos seus crimes.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O GRANDE VISLUMBRE







Dentro do que entendo como arte contemporânea, fica difícil causar uma emoção estética nos espectadores ávidos por uma briga "in live" ou de um acidente terrível e cheio de labaredas.

A arte está imóvel, estática. Pois a vanguarda é a guerra. Civil, ou sem balas. Guerra de travesseiros no horário nobre... Fica difícil de competir!

Durante muito tempo a contemplação esteve voltada para o prazer e entendimento do belo. E hoje, o que a contemplação é? A arte é mesmo contemplação? Interação, alguns dizem! Não sei. Acho que a arte é só... arte. Acho que está se repetindo com medo de deixar de ser ela mesma. Acho que se revisita para buscar suas origens e seus porquês. Acho que a arte é uma menina levada que vai e vem na sua Terra do Nunca, vivendo paradigmas.

Mas agora sem metáforas:

O grande vislumbre da arte é sair da epopéia do mesmo. Da intranqüilidade dos dias fáceis, e do costume dos difíceis. O GRANDE VISLUMBRE é a novidade do velho.
É achar o limiar entre o perdido e o extremamente utilizado, é agradar a gregos e troianos, é falar várias línguas, ser globalizado. Ser tecnológico e rústico. Ser atlético e exótico.
Encontrar a importância e o falido papel de modificador social. Acredito que o grande vislumbre é a arte existir, ser pura, honesta, digna e eloquente. Fazer parte da vida das pessoas um pequeno momento ao menos. Ser verbal e visual. Ser envolvente. Seduzir pequenos e grandes olhos, dar paladar a boca, suor ao corpo e envergonhar os tímidos... Arte serve para tudo. E dentro da contemporaneidade isso é um vislumbre... Sim! É! Realizar uma obra com alguma relevância, que cause pequenos e tímidos suspiros numa platéia desinteressada é árduo, sôfrego. A arte estava preparada para ser apreciada por vizinhos, por primos, irmãos e parentes dela. Certo, hoje isso se chama público alvo.

De todas as minhas certezas uma é clara: para coexistir com um “11 de setembro”, “estado paralelo”, “Big Brother” é preciso que o artista tenha o vislumbre de causar emoção estética dosando o grau de espetacularização necessária para sua obra.

Então, guerreiro(a), eu sou vislumbrado!